O fabuloso Stanislaw Ponte Preta

O cenário é um café. Um alemão “forte pra cachorro” está tomando umas e outras. De repente, ele provoca: “Aqui dentro não tem homem pra mim!” Um turco, igualmente forte, se apresenta, leva um murro e vai ao chão. Então um português, ainda mais forte, parte pra cima do alemão. A mesma coisa: um murro e o lusitano tomba sem sentidos.

Depois foi a vez do inglês, do francês, do norueguês apanharem. E sempre depois de nocautear um desafiante, o alemão repetia que ali não tinha homem pra ele. Até que um brasileiro magrinho levantou-se lá no fundo, perguntou “é comigo?”, o alemão disse “pode ser”, e o brasileiro foi
chegando cheio de ginga pro lado do teutônico, parou perto, balançou o corpo e… pimba! O alemão deu-lhe uma traulitada na cabeça que o deixou arrebentado.

A história acaba aí “que é pros brasileiros perderem essa mania de pisar macio e pensar que são mais malandros do que os outros”.
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Este é um resumo da crônica “Vamos acabar com esta folga”, do Stanislaw, a fina flor dos Ponte Preta, publicada em Tia Zulmira e Eu, seu primeiro livro. Ele não suportava esse defeito do brasileiro de ser assim tão folgado.

Tem coisa que contando ninguém acredita, e o carioca Stanislaw Ponte Preta é uma. Ele nasceu robusto de zombaria e irreverência em 1951, na redação do Diário Carioca. Jacinto de Thormes deixara vaga a coluna social do jornal e Sérgio Porto foi convidado a ocupá-la. Sérgio não aceitou, mas criou (com uma ajuda do Rubem Braga, dizem) o pseudônimo Stanislaw Ponte Preta (inspirado no Serafim Ponte Grande, livro de Oswald de Andrade), para que “Stan não prejudicasse o Sérgio. Isto é, eu, Sérgio, queria escrever coisas sérias; o Stanislaw deveria abordar assuntos inconseqüentes”.

Leia a matéria na íntegra na edição 13 da Brasileiros, em breve nas bancas!

Assista o Quarteto em Cy cantando o “Samba do Crioulo Doido”, de Stanislaw Ponte Preta:



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