A pesquisa sobre o papel de hormônios fabricados pelo intestino e pelo fígado é um dos caminhos mais promissores da ciência para compreender – e domar – os mistérios do apetite. A mais recente descoberta é sobre a participação de um hormônio liberado pelo fígado chamado de FGF21. De acordo com cientistas da Universidade de Copenhage, na Dinamarca, a presença de uma ou duas mutações em genes que regulam a fabricação das proteínas que compõem esse hormônio encontradas em algumas pessoas as torna mais propensas a consumir doces do que quem não possui as alterações.
Para chegar a essas conclusões, a equipe de pesquisadores analisou informações de 6.500 cidadãos dinamarqueses obtidas por um estudo sobre estilo de vida e funcionamento do metabolismo. O levantamento retratou os hábitos alimentares, níveis de colesterol e glicose no sangue. Além disso, incluiu o sequenciamento genético do hormônio em questão, o FGF21, em todos os voluntários do estudo.
Após todas essas análises, os pesquisadores identificaram a existência de uma relação entre a presença de uma ou duas variantes genéticas na produção do FGF21 e a ingestão de maiores quantidades de doces.
Os achados dos pesquisadores da Universidade de Copenhage foram publicados nesta terça, 2, pela revista científica Cell Metabolism. “As variantes que encontramos estão muito associadas ao consumo de doces”, disse Matthew Gillum, um dos coordenadores do trabalho, em comunicado.
O consumo excessivo de açúcar está associado a doenças como o diabetes e a obesidade. Diversas pesquisas apontam também o excesso de açúcar no sangue como um elemento que contribui para elevar o potencial inflamatório do organismo, o que pode acelerar a evolução de males degenerativos, por exemplo. Estuda-se também os efeitos da maior quantidade de açúcar no sangue na proliferação de células tumorais.
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