Ainda restam três dias, até sexta-feira (29 de agosto), para aproveitar as sessões gratuitas da 19 ª edição do Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, com 381 filmes de mais de 54 países, espalhados por 11 salas de cinema de toda a cidade. Com mostras paralelas que propõem uma política viva e ativa nos espaços vazios e passivos, como salas de cinema.
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Respirando os resquícios dos ventos que sopraram em Maio de 1968 e ressoaram nas comemorações de seus 40 anos, e ainda sob o incentivo do abrangente tema “Arte e Política”, surgiu um coletivo de jovens estudantes de artes plásticas, cinema e outras áreas, “O Submarino Vermelho”, que está tocando a programação paralela “Carta Branca ao Submarino Vermelho”. O Submarino é composto por sete integrantes, que propõem novas formas, locais e interferências ao se assistir longas, médios e curtas-metragens. Sugerindo que este deve ser um ato coletivo e público, a idéia é de que a apreciação vá além do filme em si. O coletivo está na ativa, apresentando performances e curtas produzidos por eles, além de uma seleção de outros tantos, junto a intervenções pelos espaços urbanos durante a mostra. Ocupar os espaços com cultura é a idéia do grupo, que conseguiu carta branca desse multidisciplinar e abrangente festival. Em toda São Paulo, da periferia ao centro, o Festival Internacional de Curtas propaga uma arte não massificada ainda.
“Nos vemos perdidos num sistema decadente que promove cada vez mais a alienação e a segregação humanas: o que é privado engole o que é público e o individual se sobrepõe ao coletivo, castrando, em função do interesse de uma minoria, o potencial criativo de uma sociedade cada vez menos ativa (…) Que em todos os sentidos ela seja o nosso tema e o nosso lema: CULTURA como forma de OCUPAÇÃO. Ocupemos com ela nossas cabeças, nossas mãos, nosso tempo e os espaços que são NOSSOS!”
Trecho do manifesto do Submarino Vermelho, que está disponível na íntegra, no blog do grupo (http://cartabrancaaosubmarinovermelho.blogspot.com)
Neste ano, o festival tem como mote principal a “Política Viva”, em seu sentido mais amplo, a política aberta, como forma de mudança e interferência no ambiente, política no sentido de troca e de vida, o que não significa, no entanto, que estão sendo exibidos exclusivamente filmes com este cunho. Há também os curtas inéditos, os vencedores dos festivais europeus, a retrospectiva dedicada ao cineasta argentino Gustavo Taretto, as sessões internacionais, latinas, e, ainda, atividades paralelas, como debates e workshops, exibição de curtas do projeto Kinoforum (com foco nas comunidades carentes) e outras tantas.
O Festival, que sempre é ansiosamente aguardado pelos paulistanos amantes do curta-metragem, acontece anualmente desde 1989, quando a idealizadora e produtora de cinema Zita Carvalhosa, então com 29 anos de idade, enxergou a defasagem que havia na área e passou a articular e organizar jovens cineastas para exibirem seus curtas no Museu da Imagem e do Som (MIS). De lá pra cá, o festival foi tomando força e se estruturando como um dos cinco mais importantes de audiovisual do País. Agora, a sede principal é na sala Cinemateca, no bairro da Vila Mariana, zona sul de São Paulo.
Confira a programação completa no site oficial do festival: (www.kinoforum.org.br/curtas/2008/)
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