O lixo que viaja pelas estradas do litoral

Saem as eleições, a vitória do Obama, os altos e baixos das bolsas e do dólar, e entra em campo o tão aguardado noticiário sobre o verão que está chegando.

A primeira notícia que chega do Litoral Norte, enviada pelo nosso querido correspondente Ivan Quadros, não é das mais agradáveis: trata do lixo que viaja pelas estradas da região. Mas ele promete também falar de coisas boas nas próximas semanas.

Direto de São Sebastião, escreve Ivan Quadros:

Nos próximos dias, deverá ser ainda maior o trânsito daquelas carretas e suas enormes caçambas ao longo da rodovia dos Tamoios, levando lixo do Litoral Norte em direção ao Vale do Paraíba.

Ubatuba, a última das quatro cidades da região que ainda mantinha seu aterro sanitário no próprio município, recebeu cartão vermelho da Cetesb, que proibiu a continuidade das atividades do lixão da cidade e exigiu da administração a implementação do famigerado transbordo de lixo para longe daqui.

De uns tempos para cá, nós, moradores, nos acostumamos a acompanhar o vai-e-vem das carretas de lixo pelas estradas, facilmente identificadas não só pelas suas dimensões gigantescas, como pelo rastro que deixam de mau cheiro.

As prefeituras do Litoral Norte adotaram nas últimas décadas a política de empurrar com a barriga esse problemão num dos mais valiosos santuários ecológicos que temos, uma réstia do que sobrou de Mata Atlântica.

Para espanto de muitos, talvez, o caro transbordo de lixo para aterros particulares em outros municípios, já ocorre em São Sebastião, Ilhabela e Caraguatatuba, dinheiro que poderia estar sendo empregado em saúde, educação e diversão para a população.

Agora, segundo informam os jornais daqui, a Cetesb proclamou 15 de novembro, portanto às vésperas do início da temperada de verão, o prazo para Ubatuba também iniciar a “exportação do lixo”

Na verdade, outros prazos já foram dados, e Ubatuba sempre conseguiu dilatá-los, sem preparar a tempo a estrutura para o transbordo.

Diante da iminência de um colapso, não é absurdo pensar que as cenas recentes da cidade de Nápoles, na Itália, entupida de lixo, possam vir a acontecer em nossas calçadas e praias, não sei se já para a próxima alta temporada.

Vamos aguardar os acontecimentos.

Enquanto isso, cada um de nós que procure fazer a sua parte: produzir menos resíduos, em primeiro lugar; reciclar o que sobrar e construir em nossos quintais composteiras para absorver parte do lixo orgânico. É a prática da cidadania para com o próximo e para com o Planeta.

O clamor dos acontecimentos leva as prefeituras a agir em conjunto, acelerando as discussões sobre a construção do novo aterro sanitário do Litoral Norte, segundo os especialistas no setor, em Caraguatatuba. Pelo que sei, até agora nada saiu do papel.

Você que lê o Balaio do Kotscho, e que pretende passar as próximas férias no Litoral Norte de São Paulo, venha com o espírito preparado para manter a cidade limpa, porque nós próprios, moradores, não estamos dando conta do nosso lixo.

E boa praia.

Em tempo: mais informações no Jornal do Meio Ambiente, programa produzido e apresentado por Ivan Quadros na rádio CaraguáFM (89,5), que vai ao ar às 9h30 e às 17h30, e também na internet: www.caraguafm.com.br


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.