Afeto 10 a risco 0

Meus caros,  quero muito falar sobre uma verdadeira instituição feminina na vida de muitos gays, depois de suas mães, claro, trata-se da “melhor amiga”. Lógico que o mesmo se encontra na vida de muitas meninas, o “melhor amigo gay”. Gays e mulheres heterossexuais formam excelentes parelhas de amigos, em relações muito mais firmes e próximas daquelas de cada um com seus respectivos cônjuges.

O instrumento fundamental
O instrumento fundamental

Eles não conseguem viver se não gastarem fortunas em ligaçãoes  todos os dias. Para elas, os gays representam apoio moral nas horas difíceis, emprestam seus gaydars verificando um eventual pretendente, dão opiniões bem qualificadas sobre o visual da donzela, e abrem as portas da balada gay para ela e suas amigas, enfim, são amigos Bom-bril, 1001 utilidades. Conheço uma biba que virou conselheiro sentimental de toda a família dela: da amiga, da irmã da amiga, da mãe, e, acreditem, do irmão hétero dela. Não bastasse, rega as plantas e alimenta o gato (de quatro patas) quando ela viaja. Nós não apenas temos paciência para os  temas femininos, das compras aos dramas sentimentais, como não abusamos da paciência delas com a secura da agenda masculina tradicional, lotada de futebol, carros, e da celulite da Juliana Paes na praia. Do outro lado, pois essa é sempre uma relação de duas mãos, elas são mais fiéis aos amigos gays que outras bibas, têm olhar parecido e exigente para estética e figurinos, e também entendem algo sobre  homens. Curiosamente, os respectivos cônjuges não costumam ter tanto ciúmes do amigo gay/amiga gata.

O Melhor amigo modelo
O melhor amigo dos sonhos de todas – e todos!

Vocês assistiram O casamento de Meu Melhor Amigo, com Julia Roberts, Dermot Mulroney, Cameron Diaz e o delicioso Rupert Everett? Nele, o amigo gay é Everett, que salva Julia Roberts de várias encrencas em um enredo bem água com açúcar, mas divertido. O mesmo Everett, que de fato é gay até a medula, também salvou Madonna –  mas foi além, em Sobrou pra Você, filme assim, digamos, água com sêmem! Em Sex and the City, Carrie Bradshaw (Sarah J. Parker) contava sempre com o ótimo Stanford (Willie Garson), quando as outras três eternas amigas não resolviam. Para não ficar sem um exemplo brasileiro, Bruno Gagliasso, em América, era o gay fofo que se cercava de amigas protetoras. Enfim, o melhor amigo gay já é uma instituição consagrada no cinema e na televisão. Mulheres e gays que me leem, se já não tiverem parceiros para uma relação destas, procurem entre os meus fiéis comentaristas deste blog. Ali estão “crème de la crème” dos gays e gatas de hoje.

Mencionadas todas as razões que juntam um ao outro, existem dois fatores que, para mim, são claros e definitivos: Um nunca disputará o garotão alheio, e  o afeto de um pelo outro é sempre 10 – e o risco 0! Quando não impossível, a probabilidade de que a gata e o gay venham a se apaixonar um pelo outro é nula, ou tende a ser mínima. É raro, mas algumas gatas as vezes caem na armadilha, que jamais daria certo, e pode acabar com a amizade. Se vocês perguntarem a meu respeito, tenho sim uma grande amiga, fofíssima. O único problema é que ela não entende nada de homens, mas de mulheres, pois é lésbica e casada. Ba, te adoro! Bjs.

E vocês, meninas e gays, têm amizades como esta? Como é a relação de vocês com seus amigos gays ou amigas hts?


Comentários

14 respostas para “Afeto 10 a risco 0”

  1. Lourenço,

    Li seu post e concordo com ele parcialmente, por experiência própria.
    Aconselho aos homossexuais, principalmente aos mais jovens, que se certifiquem que esta amizade é realmente somente uma amizade e que a mulher não a usa com outra finalidade. Por vezes me envolvi em amizades com mulheres heterossexuais e sendo bastante cauteloso, resolvi revelar à minha amiga minha homossexualidade. A resposta foi sempre positiva, como se isso não fosse alterar nossa amizade. Mas da parte de algumas amigas, percebi mais tarde, que não havia sinceridade. Elas, na realidade, estavam apaixonadas e esperando “que eu mudasse”. Aliás, Lourenço, este é um dos piores defeitos de grande parte das mulheres: achar que vai mudar um homem. A mulher muitas vezes casa com um homem, fingindo respeitar alguns de seus gostos, mas com a certeza de que conseguirá “mudá-lo” depois do casamento.
    No meu caso, apesar de toda minha cautela e demonstração de amizade por elas, contando sobre minha homossexualidade (não sou assumido para a sociedade por opção), tive alguns dissabores grandes.
    Deixo o meu alerta a todos, em relação a certas mulheres, que não se conformando por terem sido “rejeitadas” (na opinião delas, obviamente), tem a odiosa mania de se vingar. Nem tudo são flores em um relacionamento homem homossexual e mulher heterossexual!

  2. Lourenço, como já disse aqui, conheço teu blog há pouco tempo e desde que vim aqui pela primeira vez não consigo mais parar. Além de seus ótimos textos, os comentários dos leitores são formidáveis também. Gente que escreve com coerência e com conteúdo! E sobre assuntos que valem a pena ser lidos! Parabéns a todos!

  3. Oi Lourenço,

    Eu tenho muito mais amigos homens do que mulheres, na verdade. O detalhe é que eles são todos héteros.

    Eu tb quero meu amigo gay que hollywood prometeu!!! 😀 Eu já fiz campanha para os meu amigos virarem gays, mas não funcionou. 😀

    Agora falando sério, eu acho que essa relação mulher hétero e homen gay dá certo porque o cérebro feminino e o masculino funcionam diferente e, portanto, um pode aprender muito com o outro. E quando se coloca a questão da sexualidade fora da relação, sobra uma amizade que flue mais fácil.

    Uma outra coisa que ajuda é que o parceiro do seu(a) amigo(a) não tem ciúme de você. Eu sempre tento fazer amizade com as namoradas dos meu amigos, mas eu já senti uma resistência grande por parte de algumas. É chato… dá vontade de dizer: “Fulana, acorda! É amigo. Nunca rolou, não vai ser agora que ele tá te namorando que vai rolar”.

    Mas apesar de tudo isso, estou satisfeita com meus amigos “straight guys”. Amizade verdadeira é um algo sagrado, é um tipo de amor que vai além da sexualidade. 🙂

    Beijinhos

  4. Meu caro, experimento um pouco do inverso. Homens hetero que eu conheço são os do trabalho. Encontrei ali uns dois ou três que são ótimos. Não somos exatamente amigos, mas nos divertimos muito, trocamos idéias sobre assuntos de interesse comum (if you know what I mean…) e eles também não têm a menor idéia de como se troca uma válvula Hidra. Beijas.

  5. Bom dia!

    Amigo gay é tudo de bom mesmo.
    A mulherada gosta, conta os segredos, tira dúvidas, se identifica, usa o valiosíssim gaydar…

    Em minha turma de faculdade também é assim: a mulherada ‘usa e abusa’ da disponibilidade do amigo gay. E conta como foi o dia, e chora porque o marido a deixou em casa em pleno domingo a tarde por causa do clássico RaposaxGalo, e ainda por cima diz: “Você está bem, teu ‘amigo’ fará companhia…rs…”.

    É engraçado e divertido.

    Outra que acontece comigo é que geralmente os maridos destas amigas nos adoram e pedem conselhos também. No início meio desconfiado, mas com o tempo acostumam e percebem que o amigo, antes de gay, também é humano, é Homem e também tem sentimento (pode parecer utópico, mas comigo acontece sempre isso…).

    Aproveitando, enviarei exte texto para todas as minhas amigas…kkkkk!!

    Abraços a todos,

    Lou,

    Beijão!

    Gus

  6. Oi,

    Nao fujo à regra. Olhando a minha trajetória de amizades, todos os meus melhores amigos foram sim mulheres. Até na época de faculdade, depois de minha primeira desilusao amorosa, comecei uma amizade estreita com uma colega de turma que depois virou uma grande amiga íntima e acabou que acabamos por nos envolver fisicamente, mudando o status da relacao para namoro (numa das minhas tentativas de virar hetero, com o consentimento dela que sabia de tudo do meu primeiro amor gay). Claro que a tentativa nao deu certo e hoje essa minha grande amiga é lésbica e tá muito bem casada. Um desfecho à parte. Mas acho que essa situacao de “a amiga se apaixonar pelo amigo gay” também deve em algum momento acontecer e deve ser discutida. E é um momento muito delicado que deve ser superado com muita conversa e para fortalecer a amizade ao invés de desmoroná-la.

    Hoje aos trinta e oficialmente casado no papel (com um homem), estou vivendo a minha primeira amizade com outro homem (hetero e casadíssimo) sem grandes problemas, porque ele é muito bem resolvido com sua heterossexualidade e eu com minha homo. Talvez o fato de sermos brasileiros morando no exterior tenha ajudado no fato de nos aproximarmos. Por sorte ele nao é meu tipo e nao me apaixonei por ele. Contudo, isso é uma excessao no meu currículo de amizades, pois sempre me sinto muito mais à vontade e acolhido com mulheres. Desde o jardim da infancia quando tive a minha primeira “amizade inseparável” com uma coleguinha. Tudo que ela, aos 2 anos fazia, dizia a mae dela que tinha que me perguntar primeiro. Até hoje a mae dela comenta isso quando nos reencontramos. Nos separamos e depois, no final da adolescencia, nos reencontramos e a amizade continuava lá firme e forte e sustentando as companhias telefonicas de maneira formidável.

    Todos os meus amigos mais íntimos, meus melhores e grandes amigos, sao na verdade do sexo oposto. Por acaso a maioria hetero pois pra mim nao importa a identidade, seja ela qual for. Importa a sintonia de pensamentos, o respeito e o carinho, o “estar alí a qualquer hora oferecendo o ombro”.

    Ainda tenho muita sorte de ter minha mae como grande amiga de confissoes. Talvez a principal e mais fiel de todas. Costumo sempre divagar sobre a vida e, aproveitando que ela é socióloga, sobre os caminhos das sociedades com ela.

    Aqui sao agora 9:47. Bom dia a todos e um grande abraco.

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