A campanha de Barack Obama está podendo: ontem à noite, comprou meia hora no horário nobre da televisão, por um valor calculado entre 3 e 5 milhões de dálares, para exibir uma propaganda-documentário de 30 minutos louvando o candidato democrata em sete emissoras no mesmo horário.
E de onde vem esse dinheiro todo?, logo perguntaria um repórter investigativo da imprensa brasileira. Para quem já arrecadou – oficialmente, em caixa um – mais de U$ 660 milhões, a despesa com a Rede Obama de TV foi troco.
Esta montanha de dinheiro veio, principalmente, das pequenas contribuições de pessoas físicas via internet. Como li na coluna de Fernando Rodrigues, na Folha, Obama já recebeu recursos desta forma de mais de 3 milhões de doadores, muitos contribuindo com menos de 100 dólares.
Além de facilitar e multiplicar a arrecadação de recursos, a campanha de Obama mostrou ao mundo e aos candidatos do futuro a importância da internet em todos os campos das campanhas eleitorais, do dinheiro à propaganda, da mobilização de militantes para os eventos às respostas rápidas aos ataques dos adversários.
No Brasil, há esperanças de que, em 2010, finalmente, como já sinalizou o presidente do TSE, Carlos Ayres Britto, a livre expressão de idéias e a propaganda política sejam permitidas na internet, assim como a arrecadação de doações para as campanhas eleitorais.
Por ironia do destino, enquanto muitos responsabilizam a internet pela queda de audiência das grades redes de televisão no Brasil, nos Estados Unidos, a campanha de Obama gasta na TV parte da bolada que arrecadou pela web.
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