– O senhor tem quatro medalhas por bravura, não tem?, perguntou o brigadeiro João Paulo Moreira Burnier, chefe de gabinete do ministro da Aeronáutica, Márcio de Souza Mello, na quarta-feira 12 de junho de 1968, no 11º andar da avenida Churchill, 157, no Rio de Janeiro, onde funcionava o Ministério da Aeronáutica.
– “Sim”, respondeu o subordinado, o capitão paraquedista Sérgio Ribeiro Miranda de Carvalho.
– “Pois a quinta quem vai colocar no seu peito sou eu”, avisou o brigadeiro, antes de emendar uma segunda pergunta. “Capitão, se o gasômetro da avenida Brasil explodir às seis horas da tarde, quantas pessoas morrem?”
– “Nessa hora de movimento, umas 100 mil pessoas” – respondeu o capitão Sérgio, trabalhando com a hipótese de uma catástrofe.
– “É, vale a pena para livrar o Brasil do comunismo” – concluiu o brigadeiro.
Com seis mil horas de voo e quase 900 saltos em missão, o capitão Sérgio era um dos mais qualificados homens do Para-Sar, unidade de elite da Força Aérea Brasileira (FAB), formada por paraquedistas especializados em busca e salvamento em condições inóspitas. Entre os colegas de farda, muitos o chamavam pelo apelido de Sérgio Macaco. Entre os índios da Amazônia, ele era mais conhecido como “Nambigua caraíba” (Homem branco amigo). “O Capitão Sérgio nos faz lembrar Rondon, com uma vantagem. É alado”, resumiu certa vez o sertanista Orlando Villas-Bôas, comparando o paraquedista com o marechal Cândido Rondon, que desbravou o interior brasileiro e inspirou a criação do Serviço de Proteção ao Índio (SPI). Mas, na quarta-feira 12 de junho de 1968, o que estava em jogo no encontro entre o brigadeiro Burnier e o capitão Sérgio não tinha nenhum vínculo com as missões humanitárias do Para-Sar. Prestes a completar 38 anos, o capitão havia sido convocado pelo superior para ser submetido a uma mescla de doutrinamento e humilhação.
No encontro, realizado na presença do brigadeiro Hipólito da Costa, Burnier começou a falar de um plano definitivo para acabar com “o perigo comunista” no Brasil. O capitão Sérgio tentou argumentar: “Nós temos um governo militar, o presidente é o marechal Costa e Silva…”. Burnier interrompeu o subalterno: “Costa e Silva, não. Bosta e Silva”. Em seguida, dirigindo-se ao colega de patente, arrematou: “Olha, Hipólito, o Sérgio virou filho de Maria, bichona. E continua fazendo comentários, doutrinando contra o emprego, por nós previsto, do Para-Sar”. O brigadeiro se referia à queixa feita pelo capitão Sérgio ao comandante da Escola da Aeronáutica, contra o uso de 15 homens do Para-Sar em uma operação ilegal, no dia 4 de abril daquele ano. Divididos em grupos, esses homens foram instruídos a identificar e eliminar quem, de prédios, atirasse objetos contra os agentes da repressão.
Naquele dia, foi celebrada na Igreja da Candelária uma missa em memória do secundarista Edson Luís, morto pela polícia da ditadura na semana anterior, durante a invasão do restaurante estudantil Calabouço, no centro do Rio. Depois da missa, os homens do Para-Sar ficaram nos lugares para os quais foram destacados. Estavam em missão contrária às que os tornaram conhecidos como Anjos do Espaço. Sem farda nem identificação, carregavam armas automáticas com numeração raspada. Na prática, eles pouco atuaram. Apenas um grupo chegou a invadir um prédio da avenida 13 de Maio, de onde teria sido atirado um saco plástico com água. Lá, os anjos travestidos de repressores tentaram interditar um andar, justamente o que servia de sede para o Conselho Nacional do Petróleo. Acabaram enxotados pelos generais e coronéis que comandavam o órgão. Na ocasião, o capitão Sérgio estava de férias, em Manaus.
Ao voltar para o Rio e tomar conhecimento da operação ilegal, ele reclamou contra o uso irregular da unidade que ajudara a fundar. Passadas poucas semanas, foi convocado por rádio por Burnier, que anunciou sua disposição em premiar o subalterno com uma quinta medalha por bravura, mas não deu espaço para questionamentos. Diante das primeiras objeções do capitão Sérgio, dispensou o subalterno, marcando uma reunião com todos os integrantes do Para-Sar para daí a dois dias: “Todos. Cabos, sargentos, oficiais, e, se tiver cachorro naquela merda, traga também”. Como a hierarquia prevalece nos meios militares, às13hs da sexta-feira 14 de junho, 36 dos 41 homens do Para-Sar (cinco estavam viajando) se encontravam no 11º andar do prédio do Ministério da Aeronáutica, quando Burnier começou sua preleção:
– “Para salvar, é preciso saber matar. A mão não deve tremer. Deve-se 0sentir gosto de sangue na boca. Para cumprir missões de morte na guerra, é preciso saber matar na paz.”
Na sequência, Burnier explicou em detalhes a série de atentados que promoveria, colocando como autores “os comunistas”. Para começar, aconteceriam explosões “com número reduzido de vítimas fatais” em alvos específicos: a loja de departamento Sears, o Citibank e a embaixada americana. A escalada do terror atingiria o auge às 18hs de data posterior, com a explosão do gasômetro e a destruição da represa de Ribeirão das Lages, parte do sistema de geração de energia elétrica do Rio. Enquanto a escuridão, o pânico e o caos tomassem conta da cidade, 40 “figuras políticas que deveriam já estar mortas” seriam lançadas de avião no oceano, a começar por Carlos Lacerda, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, dom Hélder Câmara e o general Olympio Mourão Filho. A inclusão do general entre os alvos devia-se ao fato de ele ter se tornado um crítico do regime, embora tivesse precipitado o golpe de 1964, ao despachar suas tropas de Juiz de Fora para o Rio de Janeiro. Burnier, é claro, não precisou dar essa explicação aos seus comandados. Foi direto: “Ordens dessa natureza não comportam perguntas nem dúvidas. Cumprem-se, sem comentários posteriores”.
Pelo raciocínio de Burnier, a sequência de terror – creditada aos “comunistas” – provocaria tal impacto no chamado “mundo livre” que o Brasil se tornaria beneficiário de um “super Plano Marshall”. Assim, uma ajuda econômica similar à investida pelos Estados Unidos para reconstruir a Europa destroçada pela Segunda Guerra Mundial injetaria dólares em profusão no País, que alcançaria quase de imediato “padrão europeu”. Ao terminar a preleção para a equipe do Para-Sar, o brigadeiro começou a perguntar a cada oficial se estava de acordo com sua estratégia. Começou questionando aqueles de sua confiança. Depois de quatro respostas positivas, perguntou: “E o senhor, capitão Sérgio?”. O clima da reunião, que já estava pesado, ficou ainda mais tenso. “Enquanto eu estiver vivo, isso não acontecerá”, respondeu o capitão. Aos gritos, Burnier mandou o subalterno calar a boca. Na sequência, saiu da sala, acompanhado pelos quatro oficiais que haviam apoiado o plano de espalhar o terror pelas ruas do Rio.
Sem saber se Burnier tinha abandonado a reunião ou saíra em busca de reforço, o capitão Sérgio tentou, de imediato, denunciar o plano ao ministro da Aeronáutica. Barrado na ante-sala, recorreu ao brigadeiro Délio Jardim de Matos, de quem havia sido assessor. Diante da gravidade da denúncia, Jardim de Matos apelou para um ícone da Força – o brigadeiro Eduardo Gomes, patrono da Aeronáutica, que tinha sido ministro nos governos Café Filho e Castelo Branco. No dia 19 de julho, em um dos relatórios que escreveu sobre o episódio, o capitão Sérgio registrou estar ciente de que, com a sua atitude, sofreria “todo o peso dos galões do senhor brigadeiro Burnier daí por diante”. Foi a mais pura realidade. Entre os oficiais do Para-Sar, o único a se perfilar abertamente ao lado do denunciante foi o capitão médico Rubens Marques dos Santos, o Doc, de Doctor. Hoje com 81 anos, tenente-coronel da reserva, Doc mantém a posição. “Para mim, o Sérgio foi um herói. Se não fosse ele, teria acontecido uma tragédia no Brasil”, afirma Doc. “Dos oficiais do Para-Sar, fui o único que o apoiou, mas, no âmbito dos subalternos, houve muitos outros.”
Além de amigos, os dois oficiais eram referência na unidade de elite, até pela coragem em missões solitárias. Poucos anos antes da reunião com Burnier, o capitão Sérgio tinha conseguido impedir um conflito entre os índios txucarramães, jurunas e kaiabis, ao saltar de paraquedas entre os guerreiros, no Xingu. Doc, por sua vez, chegou a saltar no meio do oceano, para socorrer o capitão de um navio mercante grego, que tivera um fechamento do duodeno, quando atravessava o Atlântico com um carregamento de frutas embarcado na Argentina. Atos humanitários, de pouco valor diante do peso dos galões de Burnier. Principal líder da Revolta de Aragarças, contra o governo Juscelino Kubitschek, Burnier radicalizou ainda mais suas posições depois de 1963, quando fez cursos na Escola das Américas, uma academia militar mantida pelos Estados Unidos no Panamá. “Apesar de não ser o mais graduado, ele tinha o ministério da Aeronáutica na mão. Dizia que, se batesse o pé no chão, os outros brigadeiros sairiam correndo”, lembra Doc. “Era um homem autoritário. Já o Sérgio era um líder natural, sem radicações ideológicas, bastante compenetrado.”
Desde 1948, quando entrou na Escola da Aeronáutica, no Campo dos Afonsos, no Rio, o futuro capitão Sérgio tinha paixão por voar. Também adorava basquete e, não por acaso, formou-se em Educação Física. No Campo dos Afonsos, dava cursos de sobrevivência, mesmo depois da criação do Para-Sar. “Ele era um excelente instrutor, um entusiasta. Vibrava com a FAB”, afirma Ronaldo Jenkins, diretor da Associação Brasileira de Empresas Aéreas, ao recordar seus tempos de cadete da Aeronáutica. Com a atenção voltada para o paraquedismo e o trabalho de sertanistas como o médico Noel Nutels e os irmãos Villas-Bôas, o capitão Sérgio pouco se envolvia com política. Como outros oficiais da época, apoiou o golpe de 1964, mas não mudou a rotina depois do dia 1º de abril, quando os militares tomaram, de fato, o poder. Passava longas temporadas em missão na Amazônia. Depois que derrubou a ordem de matar do brigadeiro Burnier, sua vida virou um tormento.
Doc, o oficial médico que apoiou o capitão Sérgio, também sentiu o peso dos galões de Burnier, ao ser transferido para Campo Grande (MS). “Foi um castigo. Naquela época, Campo Grande era o fim do mundo”, lembra Doc, que continuou vivendo na cidade ao terminar seu tempo na Força Aérea. “Sofri, mas fiquei caladinho, senão teriam me cassado também. O Sérgio procurou sobreviver, mas, para ele, foi muito mais difícil. Eu tinha muitas cartas dele, que escrevia muito bem, mas queimei com medo de me comprometer.” Em 1968, enquanto Doc era transferido para Campo Grande, o capitão Sérgio foi mandado para Recife (PE). Em uma inversão de valores, o homem que impediu que o terror se espalhasse pelo Rio passou 25 dias preso e respondeu a três inquéritos sigilosos em 1968: na FAB, no Serviço Nacional de Informações (SNI) e no Ministério da Justiça. Foi absolvido em todos.
Absolver o capitão Sérgio significava também sofrer as consequências por entrar em rota de colisão com Burnier. O brigadeiro Itamar Rocha, responsável pela investigação da FAB, concluiu pela veracidade da denúncia após interrogar os 40 homens do Para-Sar e 36 deles confirmarem o relato do capitão Sérgio. Depois de entregar seu veredito ao ministro da Aeronáutica, o brigadeiro Rocha foi exonerado do cargo de diretor de Rotas Aéreas do ministério e condenado a dois dias de prisão domiciliar. O capitão Sérgio, apesar das três absolvições, acabou cassado e reformado em setembro de 1969, com base no AI-5 (Ato Institucional número 5), que deu poderes extraordinários ao presidente da República e suspendeu garantias constitucionais. Ainda assim, no ano seguinte, ele foi mais uma vez absolvido – por 15 a zero – pelo Supremo Tribunal Militar, em processo no qual era acusado de falsidade ideológica.
Burnier morreu em junho de 2000, aos 81 anos, negando que tivesse planejado explodir o gasômetro do Rio, dinamitar uma represa e jogar no mar 40 líderes políticos. Garantia que tudo não passava de invencionice do capitão Sérgio. Mesmo depois do episódio, conhecido como Caso Para-Sar, o brigadeiro continuou mandando e desmandando por pelo menos três anos. Só foi colocado – de forma compulsória – na reserva por causa de uma tragédia. Ele era comandante da III Zona Aérea quando o estudante Stuart Angel Jones, filho da estilista Zuzu Angel, morreu devido à tortura em área sob sua jurisdição. Na reserva, Burnier fundou uma empresa de industrialização e comércio de cristal de quartzo. Voltou ao cenário nacional cinco anos antes de morrer, ao tentar impedir na Justiça a publicação do livro O Calvário de Sônia Angel – Uma História de Terror nos Porões da Ditadura, escrito pelo tenente-coronel reformado do Exército João Luiz de Moraes, pai de Sônia e sogro de Stuart Angel. Na obra, Moraes fala da tortura e morte da filha e do genro, assim como do Caso Para-Sar.
O capitão Sérgio, por sua vez, jamais desistiu da ideia de ser reintegrado à FAB. Enquanto viveu, o brigadeiro Eduardo Gomes continuou a apoiá-lo. Em maio de 1974, o brigadeiro chegou a apelar ao presidente Ernesto Geisel para que fosse feita justiça. “O prezado amigo, certamente, não desconhece que, em momento difícil da vida nacional, foi o Cap. Sérgio, por sua liderança natural, maturidade, desambição, coragem e firmeza de caráter, quem evitou que o Para-Sar, gloriosa Unidade Especial da Aeronáutica – de quem foi um dos fundadores e onde serviu durante dez anos – fosse desviado de sua destinação legal e empregado, de forma indigna e criminosa, como instrumento de ação desvairada de um insano mental, inspirado por instintos perversos e sanguinários, sob o pretexto de proteger o Brasil do perigo comunista”, escreveu o patrono da Aeronáutica a Geisel. “Se o Cap. Sergio não tivesse procedido como, então, procedeu, a Revolução ter-se-ia perdido, irremissivelmente – desmoralizada, chafurdada na ignomínia, afogada num turbilhão de sangue de pessoas inocentes.”
Geisel não se sensibilizou com o apelo. Por essa época, o capitão Sérgio alternava a batalha pelo restabelecimento da verdade com o equilíbrio do orçamento doméstico. Desde dezembro de 1954, ele era casado com Sônia, uma professora que sempre apoiou a atitude do marido. Hoje, Sônia evita falar sobre o episódio que marcou a vida da família. Quando aconteceu o Caso Para-Sar, os três filhos do casal, Christina, Vinícius e Sérgio, tinham 12, 11 e dez anos. Em duas ocasiões, os meninos tinham passado as férias com os índios do Xingu. Apesar das frequentes viagens do pai, acompanhavam de perto sua trajetória, mas só tiveram a dimensão da denúncia feita pelo capitão Sérgio à medida que cresceram. “A mudança para Recife, quando ele ficou preso, foi o início da consciência”, lembra Sérgio. No ano seguinte, depois de cassado pelo AI-5, o capitão Sérgio voltou com a família para o Rio, e começou a buscar alternativas profissionais no setor civil. “Entre outras coisas, tornei-me publicitário, vendedor, jornalista, roteirista. Vendi de tudo: de detergentes e produtos sanitários a livros, de terrenos a tanque de guerra”, contava, ao falar do período.
Christina, a filha mais velha, lembra-se também das dificuldades do pai em manter-se no trabalho. “Havia sempre pressão para mandar meu pai embora. Era decepção em cima de decepção”, diz Christina. Apesar disso, em 1979, quando foi promulgada a Lei da Anistia, o capitão Sérgio se recusou a pedir o benefício. “Eu não posso ser anistiado por um crime que evitei”, costumava repetir. Quando insistiam no assunto, usava argumento escrito pelo jurista Rui Barbosa (1849-1923), de quem seu pai, o advogado Antonio Raymundo Miranda de Carvalho Junior, era admirador: “A anistia para os crimes da Paixão Revolucionária, confessados ou flagrantes, é a mais formosa expressão da clemência cristã, aliada à sabedoria política. Mas, para as vítimas de uma comédia oficial, para cidadãos que protestam sua inocência e não pedem senão o julgamento, a anistia é uma nova punição. Nesse caso, o verdadeiro anistiado é o Governo. Que se esquiva dos tribunais”.
Espécie de guardiã da memória do pai, Christina tem, entre dezenas de recortes de jornal e poucas fotografias, uma imagem que explica a ligação entre a família com Rui Barbosa. Trata-se de uma foto tirada entre 1892 e 1893, de um grupo conhecido como “os desterrados de Cucuí”. São homens que se opuseram ao governo do marechal Floriano Peixoto, o segundo presidente da República, e foram mandados para o desterro em Cucuí, na tríplice fronteira entre o Brasil, a Colômbia e a Venezuela. Entre eles, estava o abolicionista José do Patrocínio. E o avô do capitão Sérgio, Antonio Raymundo Miranda de Carvalho. A definição de anistia usada pelo paraquedista que denunciou o brigadeiro Burnier vinha, portanto, de longe. Constava do habeas-corpus que Ruy Barbosa impetrou no Supremo Tribunal Federal a favor dos desterrados de Cucuí.
Conheci o capitão Sérgio em fevereiro de 1992, durante uma viagem à Cuba. Naquela altura, ele havia se envolvido com política. Nos anos 1980, tinha inclusive assumido como suplente mandatos de deputado federal pelo PDT do Rio. E brigava na Justiça comum para anular o afastamento da FAB. Andava para cima e para baixo com um impresso de quatro páginas, em azul e branco, que ele chamava de Azulão, contando sua trajetória. Em Havana, além do Azulão, o capitão Sérgio me deu cópias do relatório que escreveu no auge do Caso Para-Sar e da carta do brigadeiro Eduardo Gomes para o presidente Geisel. E contou com entusiasmo muitas histórias sobre suas missões na Amazônia. Em setembro do ano seguinte, ao final de um processo pedindo que a cassação do paraquedista fosse anulada, o Supremo Tribunal Federal determinou que o então ministro da Aeronáutica, brigadeiro Lélio Lobo, promovesse o capitão Sérgio a brigadeiro. A ditadura militar tinha acabado havia oito anos. Ainda assim, a ordem do Supremo não foi cumprida. Cinco meses depois, em fevereiro de 1994, o capitão Sérgio morreu, aos 63 anos, de câncer no estômago. A promoção só foi assinada seis dias após a sua morte, pelo presidente Itamar Franco. Em tempo: o título que o capitão Sérgio deu ao impresso Azulão foi Um Caso Kafkiano.
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