Meus caros, quando falamos de homofobia, parece que nos referimos apenas às calçadas, ou becos escuros, das grandes cidades, e sempre à noite. Pois um jornalista de primeiríssimo time, André Fischer, do Mix Brasil, e seu namorado, foram agredidos verbalmente por uma mulher, aparentemente normal e moderna, mas que se demonstrou absolutamente desequilibrada, na fila de uma mostra cultural no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro, local de gente normalmente instruída e de bom nível. Os dois são gays, sim, assumidos, e tranquilos com sua sexualidade, e a cidadã, cujo nome ainda é desconhecido, começou a pedir para que eles se afastassem dela, levantando o tom com acusações tipo “Seus brochas”, “Bichas nojentas”, e por aí foi. Lógico que os agredidos tentaram chamar a polícia, que logicamente demorou demais a aparecer, e a meliante conseguiu escapar, tendo sido apenas fotografada pelo celular de um dos agredidos. Ela não usou nenhuma lâmpada de vidro, mas usaria se tivesse, e bastaram suas palavras para que demonstrasse o que era. Vejam você, homofobia não é uma coisa distante, uma teoria criada por homossexuais complexados, ou coisa de punks da periferia. Eles conseguiram fotografar a mulher, vejam vocês a cara dela, não parece ser desequilibrada, mas é. Ela agrediu apenas verbalmente, mas isso não é menos do que nada, é seríssimo, e eles não tinham, é desnecessário dizer, nenhum instrumento legal, senão as velhas e insuficientes disposições do Código Penal Brasileiro, enquadrá-la criminalmente, vai requerer certa habilidade de um criminalista, bem como a colaboração de um escrivão de polícia, para indiciá-la, pois não temos ainda nenhuma lei que tipifique como crime as agressões homofóbicas.
Por quanto tempo as coisas serão assim? Estamos próximos de ter reconhecidas como constitucionais, e legalmente passíveis de proteção, as relações homoafetivas, e pelo próprio Supremo Tribunal Federal, isso já foi tema de post semana passada. A Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, entregue a uma pessoa maravilhosa como a ministra Maria do Rosário, nos reconheceu como um de seus objetivos principais o combate à homofobia. Os Conselhos Federal, Estadual, e Municipal(de São Paulo), de direitos LGBT são cada vez mais atuantes, e deles nós podemos esperar grandes ações contra a homofobia. Mas o que vemos na prática é que muita coisa deve ser feita, e rapidamente. O perigo pode estar ao nosso lado, e surgir quando menos esperamos. Mando meu abraço solidário ao meu querido André Fischer, e alerto a todo mundo que me lê – vivemos tempos perigosos, todo cuidado é pouco. Abraços do Cavalcanti.
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