Na manhã desta segunda-feira, dia 18, o papa Francisco, que é ex-arcebispo de Buenos Aires, teve um encontro a portas fechadas com a presidente argentina Cristina Kirchner. De acordo com as agências internacionais EFE e AFP, a presidenta pediu a intervenção de seu compatriota para a abertura de um caminho de diálogo com a Grã-Bretanha na questão das Ilhas Malvinas.
“Eu pedi sua mediação para iniciar um diálogo entre as duas partes. (…) É imprescindível que todos os países cumpram as resoluções das Nações Unidas e nosso pedido ao Papa vai nesta direção”, disse Cristina depois do encontro que foi seguido de um almoço com o sumo pontífice, Jorge Mario Bergoglio.
Segundo a presidenta, o novo papa está “sereno, seguro e tranquilo, em paz” em sua nova posição e mostrou firmeza no compromisso de fazer mudanças no Vaticano. “Já se viu em seus gestos e atitudes, e se verão em outras de suas decisões”, disse.
O encontro foi repleto de gentilezas dos dois lados; a presidenta deu um poncho de vicunha e uma cuia para mate para “aquecer o novo papa no inverno europeu”, ao que Bergoglio retribuiu com uma rosa branca e uma majólica com a imagem da Basílica de São Pedro. Essa cordialidade marca uma nova etapa em um relacionamento conturbado. Então arcebispo de Buenos Aires, Bergoglio teve muitas rusgas com o marido de Cristina, o presidente Néstor Kirchner, morto em outubro de 2010, e com a própria Cristina quando já estava no comando do país. Como motivos de discórdia entre o governo e o arcebispo, a aprovação de leis sobre temas polêmicos como o aborto e o casamento gay.
Cristina encerrou o encontro com um convite a Bergoglio, agora na condição de Papa, para que este visite a Argentina. “Ele tem uma agenda já cheia, mas obviamente deseja visitar a Argentina”, disse Cristina.
Sobre o tratamento diferenciado dado à presidenta da Argentina, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse que é natural que o Papa receba a presidenta do seu país com mais atenção do que foi dispensada com outros chefes de Estado e delegações de outros 150 países. Para Lombardi, o encontro não é apenas uma visita de Estado, mas um “gesto de cortesia e afeto” para com o povo argentino.
O papa Francisco deve receber os representantes de cada país no interior da Basílica de São Pedro no final da missa do pontificado que será realizada nesta segunda.
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