O que é que São Paulo tem?

Após um pequeno atraso, a segunda mesa da Seminários Brasileiros – São Paulo na Copa de 2014 – começou, um pouquinho mais enxuta, com apenas três palestrantes escalados. O tema foi “O que é que São Paulo tem?”.
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O primeiro toque na bola foi dado por Percival Menon Maricato, ex-conselheiro de Turismo da cidade, também já foi sócio de vários bares na capital e ex-vice-presidente da CEBRASSE (Central Brasileira do Setor de Serviços), entre outras atividades profissionais. Maricato afirmou que, apesar de melhorias serem necessárias em vários setores, como o de restaurantes, por exemplo, hoje, recebemos bem 80% da população adulta da cidade de São Paulo. Outro problema que ele ressaltou, diz respeito à vida noturna na capital paulista. “O preço e a segurança estão fazendo com que não seja mais vantajoso e divertido o programa noturno, precisamos mudar essa realidade.”, comentou. Sobre o aumento significativo de turistas que a cidade receberá durante a Copa do Mundo de 2014, Maricato foi cauteloso. “Uma cidade como São Paulo teria que de receber muito mais turistas do que recebemos normalmente, estamos em déficit. A Copa vai proporcionar um aumento sazonal, isso não resolverá o problema, mas poderá, sim, oferecer um canal importante para debatermos essa questão.”, finalizou.

Na sequência, a bola foi passada para Eduardo da Rocha Azevedo, que foi presidente da BOVESPA, fundador da BM&F e agora preside o Jockey Club de São Paulo, um dos principais cartões-postais da cidade. Logo de cara, ele apontou uma questão vital para as reformas na cidade de São Paulo e no Brasil em geral, levantando uma questão que ainda não havia sido debatida no seminário: “Não sou contra a Copa no País, mas acho que precisamos ser mais criteriosos, principalmente com os responsáveis pela Fifa, que se acha dona do mundo e quer até mudar nossas leis.”. Em seu breve discurso, ele ainda se disse receoso quanto à construção de estádios em regiões mais remotas do Brasil. “Lógico que as reformas em estádios em São Paulo e Rio de Janeiro irão dar retorno, mas um mega investimento para construir um estádio em Manaus, por exemplo, dificilmente irá valer depois da Copa do Mundo.”. Para Azevedo, a Copa do Mundo teria de ser viabilizada sem um centavo do dinheiro público, diferente do que está acontecendo.

O último palestrante da mesa foi uma figura conhecidíssima do esporte nacional, o bi-campeão de Fórmula 1 Emerson Fittipaldi. Atualmente, ele trocou o macacão de piloto pelo terno de empresário e um empresário atua principalmente na área de marketing esportivo. Seguindo linha semelhante a dos outros palestrantes, Fittipaldi disse estar constantemente viajando e tem reparado na importância que o Brasil vem ganhando no cenário internacional. “Temos de dar o exemplo agora que estamos sob os olhares do mundo. Nós somos responsáveis não apenas por organizar um evento de primeira linha, mas também por deixarmos um legado para as próximas gerações.”. Muito animado, Fittipaldi ainda revelou, em primeira mão, que amanhã, dia 29, será anunciado outro grande evento de automobilismo em São Paulo, o que fará da cidade a única do mundo a ter três grandes categorias do automobilismo, já que sediamos também a Fórmula 1 e a Fórmula Indy. Antes de fechar a parte da manhã da Seminários Brasileiros – São Paulo na Copa do Mundo 2014, o ex-piloto fez um apelo para a imprensa nacional. “Tem de criticar agora, essa é a crítica boa, construtiva, para se corrigir o erro. Depois que o evento acontecer, criticar é muito fácil!”.


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