O que Erenice ainda esperava para sair? Já saiu…

Atualizado às 14h02

Foi só eu sair para almoçar e, na volta, Erenice Guerra já não era mais a ministra-chefe da Casa Civil. O desfecho estava na cara, como escrevi de manhã no post abaixo.

Não era preciso ser nenhum grande analista político. Só não esperava que fosse tão rápido. Minha amiga Miriam Belchior, a atual coordenadora do PAC, pode assumir a Casa Civil.

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Até o final desta quinta-feira, este texto já poderá estar superado, tão evidentes são os sinais de que não há mais condições políticas de Erenice Guerra se manter à frente da Casa Civil do governo Lula.

Sem poder aparecer em público desde que surgiram as primeiras denúncias e, depois da desastrada nota oficial divulgada na terça-feira, em que resolveu partir para o ataque, envolvendo seu problema particular com a campanha eleitoral, a ministra se vê a cada dia mais fraca no cargo.

Melhor para ela, para o governo e a campanha da sua amiga Dilma Rousseff seria que ela pedisse logo o boné, antes que novas denúncias, que surgem a cada dia, tornem a sua situação ainda mais complicada. Em política, ainda mais às vésperas de uma eleição presidencial, sempre que você tem que ficar se explicando é jogo perdido.

Pouco importa a esta altura do campeonato que as repetidas denúncias feitas pela imprensa sobre os negócios nebulosos da parentada lobista de Erenice no governo tenham se transformado nos únicos instrumentos da oposição agora no auge do embate eleitoral que entrou definitivamente na fase do vale-tudo.

A pouco mais de duas semanas para as eleições, com a oposição completamente perdida e sem outro discurso, quanto mais tempo a ministra-chefe da Casa Civil ficar exposta sangrando na vitrine, tomando tiro de todo lado, maior é o prejuízo para a imagem do governo atual e de um eventual futuro governo Dilma.

Até agora, os escândalos em série que a mídia mancheteou nas últimas semanas não mexeram com as pesquisas, como mostra o mais recente Datafolha divulgado hoje. Dilma continua folgados 24 pontos à frente de Serra (51 a 27), num quadro tão estabilizado que já nem é mais manchete do jornal (as denúncias, claro, agora têm preferência).

Deixo a pergunta do título para os leitores. Quantas horas ainda vai levar para Erenice sair ou ser saída do cargo?

Em tempo: quero agradecer a todos os colegas da Secretaria de Imprensa e Divulgação da Presidência da República, aos repórteres credenciados do palácio e aos meus antigos companheiros de governo, a começar pelo presidente Lula, pela forma carinhosa como me trataram no lançamento do livro “No Planalto, com a imprensa”, na última terça-feira, em Brasília.

É muito bom poder voltar depois de tanto tempo ao lugar onde trabalhamos – eu saí do governo no final de 2004 – encontrar todas as portas abertas e, atrás delas, um abraço apertado nos esperando. Registro aqui, de público, a minha gratidão.


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