O que foi e o que ainda será

O evento Brasil 2014 deu início às atividades na manhã desta quarta-feira (17), último dia do 2º Fórum da Cultura Digital, realizado na Cinemateca Brasileira, em São Paulo. O encontro que apresentaria reivindicações para o próximo governo foi marcado por elogios incondicionais à política realizada pelo Ministério da Cultura (MinC) nos últimos oito anos. [nggallery id=14124] Além dos confetes, buscou-se uma reflexão sobre o que foi e o que ainda será a cultura digital no Brasil. “Nada disso existia”, afirmou Cláudio Prado, do Laboratório Brasileiro de Cultura Digital, que atuou no governo como coordenador de Políticas Digitais ao lado do amigo e então ministro Gilberto Gil. “Embora muitos não acreditassem ser possível, o cenário de avanços que temos hoje é fruto de uma utopia coletiva”, continuou Prado.A maioria dos participantes ressaltou ainda a esperança de continuidade e de avanço das atuais políticas, na cultura, na tecnologia e no ambiente digital. É o caso do sociólogo Laymert Garcia dos Santos, que destacou o papel da cultura digital para o reconhecimento da cultura brasileira e a valorização de sua diversidade.”Emergimos sem imitar experiências estrangeiras”, diz. O sociólogo defendeu a necessidade de fazer avançar no próximo governo as políticas iniciadas no atual. A sugestão de Laymert é acelerar na direção de banda larga pública e gratuita. “Só assim poderemos vencer o monopólio da grande mídia que manipula informação com uma única versão da realidade”.Também sociólogo e ativista da liberdade na rede, Sérgio Amadeu comemorou a reaproximação entre arte e tecnologia, promovida por políticas do MinC voltadas ao digital. “Produção cultural e bens simbólicos estão sendo digitalizados”, diz. Para ele, o debate deve considerar a inteligência coletiva que circula na rede. “Precisamos de softwares culturais livres.”A influência do digital no diálogo com o poder público potencializou movimentos culturais e sociais, salientou Pablo Capilé, do Circuito Fora do Eixo (rede social que utiliza software aberto presente em 27 Estados). Segundo o ativista, mais quatro anos de governo popular é praticamente uma carta de alforria para grupos culturais até então periféricos.Digital, cultura e comunicaçãoA relação entre digital, cultura e comunicação ganhou espaço na fala de vários participantes. De forma unânime, foi destacada a importância do debate sobre a democratização da mídia. Renato Rovai, da revista Fórum, aproveitou o espaço para atacar o que chamou de injustiças contra o pequeno empreendedor.”Tributos e custos são mais altos para pequenas empresas de comunicação.” Ele ressaltou diretrizes que privilegiam mídias alternativas e organizações sociais, estabelecidas na 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), realizada em 2009. “Se resoluções forem executadas, podem promover importantes avanços”.A política de banda larga pública foi apontada como etapa fundamental para a democratização da comunicação. Visionário como sempre, Cláudio Prado chamou a atenção à necessidade de olhar um pouco mais à frente. “Precisamos ficar atentos em como será esse acesso da população, não basta estar conectado e entrar na internet, é necessário uma alfabetização multimídia”, observa.


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