Atualizado às 19h25 de 5/10
Final de tarde de terça-feira. Já estou em casa novamente, depois de passar uma breve temporada no hospital, mas ainda não consegui atualizar o Balaio porque passei o tempo todo atendendo ao telefone, lendo e respondendo e-mails e liberando comentários.
Espero que amanhã o blog volte à vida normal. Agradeço a todos pela compreensão que tiveram comigo nos últimos dias e às manifestações de carinho e amizade dos leitores. Vida que segue.
Abraços,
Ricardo Kotscho
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Caros leitores,
Manhã de segunda-feira. Ainda internado no hospital, depois de quatro dias só tomando antibióticos e analgésicos na veia, por conta de um dolorido processo infeccioso que se alastrou pelo rosto e me derrubou literalmente, hoje estou me sentindo melhor. Tem coisas que só acontecem comigo, não tem explicação.
Volto a escrever só para dizer que continuo vivo. Não tenho nenhuma novidade para contar, a não ser que devo ter alta amanhã.
Entre o dia em que fui internado e hoje, tivemos os últimos lances da campanha eleitoral, o país foi às urnas no domingo e já conhecemos os resultados. Mais uma vez, os eleitores resolveram surpreender os institutos de pesquisa e seus diretores, analistas em geral, comentaristas políticos nacionais e estrangeiros, e todos os sábios e profetas de plantão. Todos, com algumas raríssimas exceções, quebramos a cara, incluindo o amigo que vos fala.
Duas semanas antes das eleições, a vitória de Dilma Rousseff logo no primeiro turno era dada como favas contadas até por seus adversários e comentaristas aliados, que já começavam a fazer projeções sobre o futuro partidário e a buscar os culpados pela derrota.
Como se dizia no interior de antigamente, contaram com o ovo da galinha antes da hora e, por isso, o resultado que leva a um segundo turno entre Dilma e José Serra foi uma vitória com gosto amargo para a candidata do governo.
Como já tinha acontecido com Lula nas eleições de 2002 e 2006, quando as pesquisas indicavam sua vitória no primeiro turno, e faltou muito pouco para que isso acontecesse, também desta vez a sua candidata à sucessão chegou perto. Faltaram apenas três pontos.
Sem que nada de muito importante tivesse acontecido nos dias anteriores, quando os candidatos, a imprensa e o presidente Lula pareciam ter dado uma trégua na guerra eleitoral, o resultado final foi bem diferente de todas as previsões, até da pesquisa boca de urna do Ibope.
O eleitor soberano resolveu dar um susto em quem pensava que já ganhou, tirou de Dilma e despejou mais votos em Serra e em Marina do que se imaginava, e agora começa tudo de novo. Menos mal: no dia 31, no segundo turno, eu espero já poder votar.
O que aconteceu? Sei que esperam dos jornalistas mais respostas do que perguntas, e vocês já devem ter ouvido e lido milhares de análises sobre os resultados eleitorais, suas causas e possíveis consequências. Como os leitores já devem ter percebido que não sou muito bom numa coisa nem noutra, vamos inverter os papéis.
Hoje, peço a vocês que me ajudem e digam o que aconteceu domingo e o que pode acontecer agora neste segundo turno. O que passa pela cabeça do eleitor? Confesso que estou sem palpite e já está na hora de fazer mais um exame.
Aproveito para agradecer a dedicação e a amizade dos médicos David Uip e Roberto Kalil e suas equipes, e a todo o pessoal do Hospital Sírio-Libanês, que mais uma vez cuidaram da minha (falta de) saúde.
Com mil perdões pelo mau jeito da escrita,
Ricardo Kotscho
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