O show do intervalo

No próximo domingo (7), a cidade de Miami recebe o Indianapolis Colts e o New Orleans Saints para a disputa do maior evento esportivo do planeta, o Super Bowl, que chega à 44ª edição em 2010. Mais de 100 milhões de pessoas ao redor do mundo estarão ligadas na decisão da Liga Nacional de Futebol Americano (NFL). A grande festa do esporte americano, que acontece desde 1967, movimenta milhões de dólares e é muito mais do que um jogo. É um espetáculo de entretenimento, que vai além de touchdowns, field goals e tackles.
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Quando os dois primeiros quartos de 15 minutos cada forem finalizados, um verdadeiro show começa. Um show de eficiência, de organização, de planejamento, enfim, um show de competência que só os americanos sabem dar. E também tem um show de música. Sim, o intervalo do Super Bowl, com comerciais na TV de valores estratosféricos (uma inserção de 30 segundos custa até US$ 3 milhões!), é um evento à parte. Rolling Stones, Michael Jackson, Tom Petty, Bruce Springsteen, Tony Bennett, Blues Brothers, Phil Collins, U2, Paul McCartney, Prince, Britney Spears, Christina Aguilera, entre muitos outros, já se apresentaram durante os pouco mais de 12 minutos de show do intervalo. Mas, nem sempre foi assim.

A pausa dos touchdowns nem sempre foi glamorosa, como mostra uma matéria de terça-feira (2), do jornal The New York Times. A reportagem lembra que, no passado, o intervalo do Super Bowl tinha bandas de universidades americanas, cantores pouco conhecidos, artistas de rua e até a banda da Força Aérea Americana, que se apresentou em 1985, na edição número 19. A partir da década de 1990, tudo mudou.

Em 1991, a banda sensação era o New Kids On The Block, precursores do fenômeno boy band que chegaria anos depois e consagraria grupos como o Backstreet Boys, Five e N’SYNC. Naquele ano, na 25ª edição do Super Bowl, lá estava o New Kids no palco. Depois deles, com raras exceções, o intervalo virou realmente um show à parte, com nomes de peso da música americana e internacional. O que era apenas uma pausa entre os tempos do jogo tornou-se um grande espetáculo e também um grande negócio até para os artistas, como indica a matéria do NYT.

Em 2010, nada mais nada menos do que o lendário The Who vai levantar Miami. Bom, hoje o grupo inglês se resume, infelizmente, ao vocalista Roger Daltrey e ao genial guitarrista Pete Townshend. O baixo potente de John “Thunderfingers” Entwistle e as baquetas ensandecidas do baterista Keith Moon não estão mais entre nós. Mas, certamente Daltrey e Townshend vão sacudir o público no estádio do Miami Dolphins, com My Generation e outros poderosos hits.

Segundo o NYT, os 12 minutos de show serão suficientes para colocar o The Who em evidência internacional, talvez até em um lugar onde a banda nunca esteve, pois na época em que fez sucesso não havia a integração de mídias que existe hoje, com o poder de atingir milhões em um click. Bill Curbishley, empresário do The Who há 39 anos, considera o show do Super Bowl uma oportunidade única de publicidade para os roqueiros ingleses, que acabaram de lançar um álbum com os maiores sucessos.

“Eu não acho que vamos vender milhões e milhões de álbuns, mas definitivamente vai causar impacto. Se você entra na cabeça das pessoas, isso ajuda, claro”, disse Curbishey ao jornal americano. A reportagem diz que os efeitos de uma apresentação no intervalo do Super Bowl são imediatos. Em 2008, na semana seguinte ao show do jogo, Tom Petty e sua banda, The Heartbreakers, viram as vendas do CD de grandes sucessos triplicarem, de acordo com a Nielsen SoundScan. Um fenômeno para um músico datado dos anos 1980 e restrito às fronteiras dos Estados Unidos.

O show do intervalo do Super Bowl é, realmente, um grande negócio. Para os fãs do futebol americano e/ou do The Who, olho na TV no domingo. A partir das 21 horas, o jogo começa, com transmissão ao vivo da ESPN. Ah, e não vá ao banheiro no intervalo!

The Who no Live 8, em 2005:



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