Que se passa? A camisa é igual, o técnico é o mesmo, os principais jogadores de 2008 ficaram, contrataram reforços, e este meu São Paulo de 2009, depois de conquistar três anos consecutivos o título de campeão brasileiro, virou um timinho chato, previsível, que dá raiva de ver jogar, de tanto que maltrata a bola.
Mais uma vez, não escapou ninguém. Sem a liderança de Rogério Ceni, sem alma, sem criatividade, não adianta Muricy Ramalho passar o jogo todo gritando, xingando e gesticulando à beira do campo. Parece que ninguém ouve. O grande tricolor hexacampeão virou uma repartição pública. Se não dá raiva, dá sono.
Nesta fria tarde de domingo, jogando contra um Atlético Paranaense que só não queria perder no Morumbi, depois de passar a semana toda “discutindo a relação”, quer dizer, a falta de futebol, o São Paulo conseguiu ser ainda pior do que no jogo de estréia, quando tomou um gol no começo e passou o resto do tempo só cercando o adversário, sem esboçar nenhuma reação.
Hoje, o São Paulo conseguiu a proeza de empatar por 2 a 2 com o Furacão, já nos descontos, graças a um gol em impedimento.
Assim como no ano passado contrataram um pacote de jogadores do Botafogo (nenhum se firmou como titular), desta vez os dirigentes do São Paulo compraram um balaio do Fluminense (Washington, Arouca e Júnior Cesar), que também não deu certo até agora.
Aos 34 anos, Washington começou fazendo seus golzinhos, mas de uns tempos para cá virou uma caricatura, a cara do São Paulo 2009: só joga de costas, toca para o lado, cai a toda hora, como se o estivessem matando, e sai xingando todo mundo.
O time só tem uma jogada: fica tocando passes para o lado no meio de campo até alguém dar um chutão para a frente. De chuveirinho em chuveirinho, entre a defesa e o ataque, não há o menor sinal de ousadia e inteligência.
Já estamos na metade de maio e, até agora, o São Paulo não fez um bom jogo este ano. Não se trata de má fase, é ruindade mesmo. Nem Hernanes, eleito o melhor jogador do Brasileirão do ano passado, se salva. Ganhou a camisa 10, mas parece que perdeu seu bom futebol.
Sem Jean a seu lado, o volante que joga por meia dúzia, Hernanes está no mesmo nível de Hugo e Richarlyson, dois que já estão com o prazo de validade vencido há muito tempo, mas Muricy insiste com eles.
Enquanto isso, mofam no banco ou no CT de Cotia boas revelações como Oscar, Henrique e Wellington, que só entrou hoje nos minutos finais, o suficiente para mostrar que não pode ficar de fora deste time.
Está passando da hora do bom e teimoso Muricy dar uma chacoalhada em jogadores que custam caro e são tratados como princesas, a exemplo do que fez no ano passado, na virada do primeiro para o segundo turno.
Ou, então, pedir para eles desocuparem a moita, abrindo espaço para a meninada que quer e sabe jogar bola. Só a camisa, como sabemos, não ganha jogo.
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