O vexame da seleção de Dunga e a festa da TV Aparecida

Ao chegar a Aparecida do Norte, na noite de quarta-feira, bem que alertei os organizadores para o risco de marcar o evento para a mesma noite em que tinha jogo da seleção brasileira.

Em outros tempos, mais do que um risco, seria uma heresia.

Convidado para fazer uma palestra na comemoração dos três anos da TV Aparecida, pensei que iria aparecer pouca gente. Pois, na hora marcada, fiquei surpreso ao ver metade do belo auditório de 600 lugares com suas cadeiras ocupadas por um público bem animado, formado em sua maioria por estudantes.

Ainda falei para o padre e jornalista Cesar Moreira, moderador do debate, Cesar Moreira, o Cid Moreira da emissora, para encerrar os trabalhos a tempo do pessoal poder ver o jogo.

Não só as perguntas não paravam de chegar, com o jogo já iniciado, como após o debate todo mundo ficou para o coquetel onde não havia nenhuma televisão sintonizada no jogo.

Acho que só eu fui embora logo e peguei a estrada em busca de um restaurante de posto de gasolina onde pudesse ver o jogo.

Ao ver o pequeno grupo diante de um aparelho no Galeto de Ouro, um caminhoneiro cansado me perguntou: “Tem jogo hoje, quem tá jogando?”.

Alguém poderia imaginar estas cenas em noite de jogo da seleção pelas eliminatórias da Copa do mundo?

Bastou, no entanto, ver alguns minutos do vexame do time de Dunga no estádio do Engenhão semi-deserto, não conseguindo fazer um gol na pobre seleção boliviana, última colocada na tabela e ainda por cima com um jogador a menos, para entender o desprezo da torcida.


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