Queridos, quem não gostaria de mandar para o polvo Paul todas as perguntas que nos afligem no dia a dia? Eu mesmo teria várias. Ontem ele ganhou de seus criadores nada menos que uma réplica da taça da FIFA, com alguns mexilhões em cima, como prêmio pelo sucesso na Copa. Pelo menos ele, e os espanhóis, tiveram o que comemorar. Fiquei feliz assistindo a festa dos campeões, recebidos em Madri por uma multidão eufórica, e por um rei e uma rainha simpaticíssimos, aquela mesma rainha que cumprimentou o jogador que vestia só uma toalha sem dar a menor pelota para isso. Adorei, e senti certa inveja, confesso. Acho os vestiários masculinos fetiche puro. Achei um fofo o goleiro deles, que chorou no campo, e depois beijou a repórter, que era sua namorada, no meio da entrevista. Pegar uma carona na festa dos outros me fez bem, foi um contraponto para o mal que nos causou nossa seleção. Quem diria, fui buscar consolo com os espanhóis.
Mudando de espanhóis para argentinos, acho que teremos mais uma razão para celebrar, e sentir alguma inveja. Nós já vínhamos acompanhando o avanço do casamento homossexual nos tribunais e no Congresso argentinos, e o embate final, para a aprovação da lei no Senado, será amanhã. Continuo achando a Argentina mais cosmopolita que nós quando se fala de homossexualidade, Buenos Aires acolhe melhor os gays que qualquer cidade brasileira, não é a toa que quase ganhou o título de melhor cidade gay do mundo ano passado, e já tinha ganhado duas vezes antes. Lógico que eles têm lá suas patologias, adoram ser governados por casais cleptocratas, como Perón e suas esposas, Evita e Isabelita, e agora os Kirchners, e viveram uma ditadura militar que botou até mesmo a nossa no chinelo. Não é uma sociedade fácil de se compreender, mas, para nós, dá uma certa inveja ver as bibas de lá se casando.
Por fim, mas nunca por menos, a revista Piauí desse mês traz uma bela matéria sobre John Gielgud, um dos maiores atores do século passado. Ele era gay, chegou a ser preso fazendo banheirão, exatamente como George Michael, e faz comentários cômicos sobre uma visita ao Rio de Janeiro e São Paulo. Vale a pena. Abraços do Cavalcanti.
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