Hoje tenho uma notícia boa.
Quer dizer, boa para quem gosta deste Balaio de todos os dias, em que a vida segue sem ter que pedir licença.
Acabo de assinar a renovação do meu contrato com o portal iG por mais dois anos e quero dividir com os leitores e meus colegas de redação esta conquista do Balaio.
Comecei meu trabalho no iG há um ano, escrevendo inicialmente matérias e fazendo entrevistas para o Último Segundo, antes de ser convidado pelo Caio Túlio Costa a entrar no mundo dos blogueiros.
Em pouco mais de sete meses (o blog foi para o ar pela primeira vez em 11 de setembro do ano passado), tratamos aqui de tudo quanto é assunto de interesse dos brasileiros e a cada dia fomos ganhando audiência e novos leitores.
Mais do que apenas consumidores/receptores de um blog jornalístico, os leitores aqui são comentaristas/emissores que participam ativamente dos debates.
Mantenho tudo o que escrevi na minha carta de apresentação publicada no dia da estreia, que republico abaixo para os leitores que chegaram depois.
De tudo o que me propus fazer para garantir um espaço livre e democrático a todos os leitores, só não consegui manter a publicação online de comentários sem moderação prévia.
Com a invasão do blog por pessoas que não queriam discutir idéias mas apenas ofender os outros, a partir do início deste ano, em comum acordo com o diretor de conteúdo do iG, Caique Santana Severo, passei a ler cada comentário antes de ser publicado, o que dificultou o diálogo ao vivo entre os leitores.
Esta providência, que se fez necessária em determinado momento, deixou muitos leitores chateados, afastou outros, mas acabou por qualificar mais o debate.
De outro lado, teve um efeito positivo, que me deixou muito feliz: um grupo de leitores criou o Boteco do Balaio, uma espécie de filial deste blog, que permite o livre bate-papo entre eles sobre qualquer assunto.
“Este Boteco foi aberto pelos leitores assíduos do Balaio do Kotscho (http://colunistas.ig.com.br). Nos encontramos lá, nos conhecemos e assim foi nascendo uma amizade virtual muito gostosa que não quer acabar() Embora carregue o nome de boteco, é um ambiente limpinho, saudável, amigo e aconchegante, e essa proposta será respeitada, tenho certeza! Pode se “achegar” e abrir a primeira garrafa”, escreveu a leitora Aliz, na apresentação do novo espaço.
Acho que se trata de algo inédito neste mundo da web. Abrigado nos “Grupos do Google”, o Boteco já registrou 28.100 participações, quase o mesmo número de citações do Balaio do Kotscho (30.300). Ao mesmo tempo, foram criados 12.400 links de blogs de todo o país para o Balaio.
O número de comentários postados a cada novo post também não parou de crescer, já tendo ultrapassado, sucessivamente, 500, 1000 e 2.000 (eleição do “mala do ano”) para um único assunto, mantendo-se com frequência acima de três dígitos.
Desde o início, publico todos os domingos, no balanço da semana, um levantamento dos três assuntos mais comentados no Balaio, na Folha e na Veja, o maior jornal e a maior revista em circulação no país.
A interatividade proporcionada pela internet mostra que o Balaio leva larga vantagem em participação de leitores na comparação com os veículos impressos (ver, por exemplo, o post “Congresso: povo bravo perde a paciência”), com os números da última semana.
Assim de memória me lembro de algumas entrevistas exclusivas que tiveram grande repercussão aqui no Balaio: presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, presidenciáveis Aécio Neves, Ciro Gomes e Dilma Roussef.
Tratamos aqui do drama vivido pelo cantor e compositor sertanejo Tinoco (da antiga dupla com Tonico), da ressurreirção do pianista e agora também maestro João Carlos Martins, da vida de rei na Itália do jogador Kaká, da dura batalha do médico Aziz Miguel Filho, que paga para atender os doentes em Barra do Ribeira.
Matérias foram postadas neste breve espaço de tempo de diferentes regiões do país, de Boa Vista, em Roraima, a Foz do Iguaçu, no Paraná, passando por Limoeiro do Norte, no Ceará, entre muitas outras.
Neste meio tempo, em 2008, entre um post e outro, ganhei o principal prêmio da minha carreira profissional: fui um dos cinco jornalistas brasileiros contemplados com o Troféu Especial de Imprensa ONU – 60 Anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Por enquanto, é isso. Nos próximos dois anos, teremos muito tempo pela frente para tratar de outros assuntos e novos personagens em qualquer lugar onde tiver um brasileiro para contar a sua história.
Muito obrigado a todos os leitores do Balaio e colegas do iG. Se vocês tiverem alguma crítica ou sugestão para melhorar este trabalho, por favor, fiquem à vontade.
Em tempo: assim que for implantado pela direção do iG o novo sistema de cadastramento de leitores, poderei deixar de fazer a moderação prévia, o que me dará mais tempo para apurar e escrever as matérias deste blog.
Abaixo, segue o texto em que apresentei a proposta do Balaio do Kotscho no dia da estreia:
MEUS CAROS LEITORES, MINHAS CARAS LEITORAS
Pensaram que eu estava brincando?
Pois, como vocês podem ver, finalmente está entrando no ar nesta quinta-feira, 11 de setembro de 2008, o meu blog aqui no iG, o tal do “Balaio do Kotscho”, com desenho do Paulo Caruso na capa e tudo.
Espero que vocês usem este espaço aberto para tratar de qualquer assunto da vida – e não só para ler as histórias deste velho repórter, que há 44 anos vive rodando pelo Brasil e pelo mundo em busca de novidades para contar.
Sei que tem blog demais no planeta e daqui a pouco vai ter mais gente escrevendo do que lendo, até porque ninguém consegue ler tanta notícia, como já cantava o grande Caetano no século passado.
Mas, já que os editores do iG me deram esta oportunidade, vamos aproveitar para nos divertir um pouco.
Quero dividir a responsabilidade pelo “BK”, vamos chamá-lo assim, com os leitores. Aqui todo mundo vai ser emissor e receptor de informações.
Não farei, portanto, qualquer espécie de moderação no blog, como já não fazia nos comentários das minhas colunas no Último Segundo.
Além de ser humanamente impossível acompanhar os comentários full-time com a vida que levo, faço assim porque sempre fui um radical defensor da liberdade de expressão para todos – e não só para mim.
Por isso, peço que todos se identifiquem com nome e endereço verdadeiros para permitir a troca de idéias e experiências, como fazem os grupos de ex-colegas de colégio.
Outra coisa que não pretendo fazer é polemizar com os leitores ou colegas de ofício.
Detesto esse negócio de fazer do blog uma guerra a favor ou contra quem quer que seja, dividindo o mundo entre os amigos que concordam comigo e os inimigos que discordam.
Repórter, simplesmente, não pode brigar com os fatos e não é do meu feitio ficar batendo palmas pra ver louco dançar. Sou apenas um contador das histórias que vi e ouvi. Quem quiser que conte outra.
De vez em quando, posso entrar no espaço de comentários apenas para esclarecer dúvidas ou corrigir informações erradas apontadas pelos leitores nos meus posts.
Boa sorte pra todos nós – e seja o que Deus quiser!
Deixe um comentário