A avenida Paulista concentra várias opções culturais em São Paulo e é, sem dúvida, uma das melhores opções para paulistanos e turistas em busca de lazer no fim de semana. Parques, cinemas, centros culturais, encontra-se de tudo por ali. Porém, você já pensou em fazer esse roteiro cultural de bicicleta? Nós pensamos e resolvemos registrar.
Pedalamos num lindo sábado ensolarado pela avenida cartão postal da cidade, da Consolação até o Paraíso, para fazer o teste e ver como os estabelecimentos recebem os ciclistas.
Nossa repórter, com sua bicicleta, se dirigia ao segurança do local e perguntava onde poderia guardá-la. Avaliamos a forma como ela foi recebida e o local a que ela foi encaminhada.
INSTITUTO CERVANTES
O Instituto fica bem em frente à Praça do Ciclista, um local provido de um bicicletário ao ar livre, o nosso ponto de partida. O recepcionista, bastante solícito, disse que não havia local para deixar a magrela, mas se comprometeu a “vigiá-la” durante nossa estada. Deixou-nos estacionar na frente do Instituto, porém o local não era seguro e não dispunha de nenhum aparato para trancar a bicicleta.
Nota: 1 (de 0 a 5)
Pessoal não treinado para receber ciclista e falta completa de estrutura. As vezes não é necessário dispor de um bicicletário próprio, apenas o fato de saber informar (no caso, havia um bicicletário na praça, há poucos metros dalí) já ajuda e muito.
CONJUNTO NACIONAL
Perguntado sobre onde poderíamos estacionar a bicicleta, o segurança do tombado Conjunto Nacional nos informou sobre o estacionamento “UseBike” dentro do prédio. Nos foi dado o direcionamento e permitida a entrada com a bicicleta por dentro do edifício.
Nota 4 (de 0 a 5)
Deixou de levar a nota máxima pela estrutura inapropriada, que nos obriga a prender pela roda.
PARQUE MÁRIO COVAS
Nem foi preciso perguntar a ninguém sobre a existência de bicicletário. A placa na entrada já nos recepcionava da melhor forma possivel: informando sobre o bicicletário e o horário de funcionamento. Para nossa satisfação total, o modelo do paraciclo era perfeito. Permitia prender a bicicleta pelo quadro e roda, e ficava num local privilegiado.
Nota 5 (de 0 a 5)
Serve de exemplo para todos. Modelo ideal e comunicação visual eficiente.
MASP
Local de forte concentração turística, marco da arte e da arquitetura brasileira idealizado por Lina Bo Bardi. Nos sentimos completamente excluídos. A recepcionista foi grosseira e nos disse um “não” com todas as letras. “Não tem onde estacionar sua bicicleta”. “Pare ali atrás se quiser, nós não nos responsabilizamos por nada”.
Nota 0 (de 0 a 5)
Não dispor de um local apropriado para estacionar a bicicleta é um problema, não receber orientações para indicar um local próximo para fazê-lo é um forte agravante. Pela desconsideração com os ciclistas, a nota do MASP é zero.
FIESP
No momento acontece o FILE, Festival Internacional de Linguagem Eletrônica. Ao nos ver chegando com nossas bicicletas, o segurança já apruma o corpo certo de sua resposta. “Não”, antes mesmo de terminarmos a frase. “Não tem onde estacionar. Tenta esse estacionamento de carro aí ao lado”. Não gostamos do tratamento, mas resolvemos tentar mesmo assim: “Não senhora, esse estacionamento é só para carros”. É, este ano não vamos ver o FILE.
Nota 0 (de 0 a 5)
O mesmo caso do MASP. Quem sabe, pro FILE de 2012, não pensem no público ciclista que quer visitar ao festival
RESERVA CULTURAL
Cinema cult da avenida. O simpático recepcionista nos dá a má notícia da falta de bicicletário, porém se recorda de ter um estacionamento de carros com um quiosque da “UseBike” logo alí ao lado. Na frente do tal estacionamento, nenhuma placa informa a existência de bicicletário. Encontramos apenas um “proibido moto”. Descemos para conferir e sim, havia alí um local seguro e decente para estacionarmos.
Nota 3 (de 0 a 5)
Apesar de não ter um lugar próprio, nos deram a informação correta. A falta de placas na entrada e o modelo inapropriado do bicicletário (que prende pelas rodas) foram pontos negativos.
ITAÚ CULTURAL
O segurança do instituto nos informa da existência de um bicicletário próprio logo ao lado. Nos empolgamos com a notícia mas não foi tão bom quanto poderia. O local foi parcialmente adaptado para incluir o ciclista. Existe um degrau na entrada e algo como um duto de ar condicionado bem baixo, onde se pode bater a cabeça facilmente. Por fim o modelo de bicicletário é pouco seguro pela falta de estrutura para prender a bicicleta pelo quadro. Além disso, os modelos “açougue” são de dificil utilização por exigirem que o ciclista erga a bicicleta.
Nota 3 (de 0 a 5)
Nos deram a informação correta sobre o local do bicicletário e a solução para melhorar o lugar é fácil. Uma simples reforma e colocação de placas informando do bicicletário já faria do Itaú Cultural um local amigo do ciclista. A retirada da placa informando sobre o bicicletário ser uma cortesia e insentando sua responsabilidade sobre a bicicleta seria de bom tom. Já que ter um bicicletário é lei (lei municipal 12.266/07) e o código de defesa do consumidor diz que a responsabilidade sobre o veículo é do estacionamento.
CASA DAS ROSAS
Um dos locais mais agradáveis da cidade, possui um restaurante em meio às árvores e também um bicicletário patrocinado instalado em local nobre. Não precisamos perguntar e nem descer a lugar algum, alí estava ele, azul e pronto para servir-nos.
Nota 4 (de 0 a 5)
Perdeu a nota máxima pelo modelo inapropriado escolhido, desses que prendem pela roda. Mas ganha nosso respeito e admiração pelo fato de existir e não estar colocado na sarjeta.
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Com Aline Cavalcante (@pedaline)
Música do baianasystem
Agradecimentos Vitor Leal Pinheiro
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