Os 100 da Out

Eu ainda estarei lá...
Eu ainda estarei lá…

Meus caros, já está nas bancas o último número da revista gay americana Out, que traz a lista das 100 personalidades de 2009, eleitas pela comunidade gay americana. A revista é muito bem editada, e inclui desde gente nova na fita, como o histérico Adam Lambert, ao sempre fofíssimo Neil Patrick Harris, e mesmo Scott Evans, o delicioso policial gay, da eterna (40 anos!!!) novela One Life to Live, que teve bons beijos gays recentemente. Existem intelectuais que detestam essa coisa de listas, dizendo que quem precisa de “mapa da mina” não sabe do que fala, mas, principalmente no mundo da hiper informação, uma boa lista serve, sim, como um bom guia. Se vocês não comprarem a revista, pelo menos acessem o site deles.

Adorei ver que, entre rostinhos bonitos, e gente que poderia ser meu filho ou sobrinho (esse detalhe eu de-tes-to), estão gente velha do meio gay e gente jovem da literatura, como os ótimos Thomas Glave e Vestal Mcintyre, belos e jovens escritores. Procurem-os no Google ou na Wikipédia.

Mas o melhor da lista, para mim, está em manter os escritores contemporâneos obrigatórios, Edmund White, Felice Picano e Andrew Holleran, últimos remanescentes dos maravilhosos Violet Quill. O que esses autores escreveram, principalmente depois da década de 1980, é lição de casa obrigatória para todos os gays do mundo todo. Faltou Gore Vidal na lista, mas esse, mitológico que seja, está velho, não tem escrito nada.

Picano, White e Holleran - 3 gigantes
Picano, White e Holleran – 3 gigantes

Violet Quill foi um grupo de sete escritores gays, que padeciam com a miopia preconceituosa do mundo e das editoras americanas para a homossexualidade, e se reuniram exatamente com a finalidade de fazer, uns para os outros, o que nenhum editor faria. Produziram o que temos de melhor na literatura gay daquela época, até que a Aids matou quatro deles. Dos mortos nem dá para falar agora, não tenho tempo nem espaço, só vou falar dos que sobreviveram, e que estão na Out. Leitura obrigatória é Edmund White, com A Boy’s Own Story e City Boy, e Andrew Holleran, com Dancer of the Dance. Eles contam tudo sobre a vida dos gays americanos, principalmente na Nova York pré-Aids. Se jogar dançando sem camisa, drogas, galinhagem, tudo isso, se vocês acham que inventamos alguma coisa em São Paulo desde então, verão que estão muito enganados… Bárbaro a Out ter mantido esses três gigantes da literatura gay na lista.


Comentários

12 respostas para “Os 100 da Out”

  1. Uau! Nao conhecia esses… De fato, nao li nada de literatura gay ainda… (Oscar Wilde conta?)

    Só uma duvida… o que vc pensa sobre o termo ‘homossexualismo’? Pessoalmente, prefiro usar ‘homossexualidade’. O sufixo ‘ismo’ é utilizado pra caracterizar doenças ou desordens, como em botulismo, hipertireodismo, giganstimo, daltonismo, etc. Acho mais adequado, já que nao existe o termo heterossexualismo…

    O que tu achas?

    Beijos e abraços

    1. Leo, obrigado pelo comentário e pela dica. Acho que eu mesmo ainda estou no “ismo”, e não atingi a maturidade do “dade”. Adolescentes são assim – mas eu chego lá.
      Abração do Lourenço

  2. Queridos,

    Vocês são um barato! 🙂

    Não sei o que você possa ter aprendido comigo, Ro, mas fico feliz. Eu também estou sempre aprendendo coisas novas com vcs, tendo contato com outros pontos de vista. Isso é fantástico. 🙂

    Mil beijocas para todos! 🙂

    PS: também quero foto do Lourenço de roupão. Quem sabe não tento uma carreira de casamenteira? Você prefere um carioca ou um holandês, lindinho? 😀

  3. Ja que não pode publicar, vamos fazer troca-troca ( de fotos )…hehehe…que tal ? tu tens meu e-mail ai.

    Abração

  4. Boa tarde meu caro tudo bem?lendo seus post que para mim são espetaculares seguir sua sugestaõ bons beijos e me deparei com uma cena do Grey’s Anatomy, muito legal um beijo entre soldados voçe pode me dizer em que episodio(nome) do seriado passa essa historia?

    abraço afetuoso.

    1. Wellington, não sei a que beijo você se refere – não seria do filme israelense Jossy&Jagger? Veja no
      http://www.revistabrasileiros.com.br/23b/2009/11/05/israel/ , lá tem o link para o filme.

      Abração.

      Lourenço

  5. Meu caro, até que é divertido. Nunca ouvi falar na maioria dessas pessoas. É… E que tal tentarmos fazer uma lista dos top 100 brasileiros? Beijas.

    1. Baronesa,
      100 brasileiros – se conseguirmos 10 vai estar mais do que bom. A não ser que eu mesmo saia em busca de candidatos, na Farme de Amoedo, ou na The Week. Cuido da seleção.
      Bjs

      P.S. – fotos de Lourenço à beira da piscina ficam desde já proibidas neste blog. Pena de morte

  6. Em tempo…BA cade a foto do Lourenço em traje de banho…promessa é divida, estamos aguardando…hehehe.

    Bjo

    1. Traje de banho é roupão – Ralph Loren, abaixo dos joelhos! O drama da cintura não passa de + ou – 2 quilos, atualmente eu tenho de corrigir, e o torso, grisalho, mas bem aparado e delineado, ainda me permite tirar a camisa na balada. Venham para a balada vocês também!
      Bjs
      Lourenço

  7. Muito legal essas dicas, “nós”, que não estamos no meio precisamos mesmo de estar informado e saber um pouco mais da vida gay. O duro é encontrar disponíveis essas obras, mas vou tentar.
    Gosto muito de ler e por isso estou sempre aqui no blog, aprendendo, com os comentários de nossa ilustre Iasmin essa menina vale ouro.

    Abraço a todos…

    1. Iasmim 2010 – ninguêm chega aos pés!

      Bjs do Lourenço

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