Queridos, estou postando tarde, pois cheguei há pouco de Petrópolis, e mergulhei em tantas histórias, que fica difícil manter o foco. O drama se vê nas caras de todos, pois não há ninguém que não conheça alguém que morreu, ou que perdeu tudo. Petrópolis está intacta, a destruição começa a dez quilômetros dali, no distrito de Itaipava, que está para a cidade como a Barra da Tijuca está para o Rio de Janeiro. É onde se encontram as estradas União Indústria, antiga ligação para Minas Gerais, e a estrada para Teresópolis. Ali surge o cenário que vocês estão vendo pela televisão. Passei por alguns postos de coleta de donativos, todos cheios de gente, doando e trabalhando. Ontem, minha mãe juntou duas grandes trouxas de roupas de cama, edredons, e colchões, e doou. Vai comprar novas amanhã mesmo, pois fariam falta, mas ela não consegue ficar parada, sem fazer nada. Ninguém consegue. Quando se vê os outros sofrendo, ao seu lado, como estamos vendo, o impulso de ajudar é automático. Não se pode fazer muita coisa, mas doar roupas, utensílios domésticos, comida, isso já é bárbaro. Uma conhecida nossa, da Bahia, mandou R$ 1.000,00, e pediu que comprássemos comida para doar, ela não confia nas contas bancárias que se anunciam na televisão. É compreensível, pois a história mostra que muito das doações, e do dinheiro transferido pelo Governo Federal, desaparece antes de chegar aos necessitados. Quando uma tragédia semelhante aconteceu, na década de 80, com dezenas de mortes, alguns políticos locais ficaram despudoradamente ricos.
Dilma sabe como são as coisas, adorei a postura dela ontem. Ela não foi visitar a área para bancar a mãe carinhosa, não é o estilo dela, foi é mostrar que a nação tem uma mandatária firme, que sabe o que está acontecendo, e que vai agir. Não fez promessas falsas, mostrou o problema em toda a sua crueza. É, de fato, o resultado de uma falta de políticas habitacionais que não se resolverá em um ano, nem em cinco, talvez em vinte. Ela causou boa impressão, pois, principalmente em uma hora dessas, o que se espera é a mão firme de alguém. E ela disse que vai acompanhar o uso do dinheiro público que será transferido para a região. Adorei saber disso.
Fala-se que a Defesa Civil está em colapso. O correto é dizer que todo o poder público local municipal está em colapso, pois já não conseguia lidar com as árvores que caíam nas ventanias, não conseguirão lidar com algo dessas dimensões. Lá estão, novamente, benza Deus, os homens do Exército, os helicópteros da Marinha, não interessa a divisão entre União Federal e Estado, não pode haver burocracia, tem de haver eficiência máxima. Abraço do Cavalcanti.
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