Queridos. Abro este post agradecendo a Deus por Nilmar e Júlio Baptista, que mostraram como, até mesmo com os reservas, nós estamos muito bem preparados para a Copa do ano que vem. E também estou muito feliz, pois ontem, enquanto eu defendia neste blog a adoção de crianças por homossexuais, ideia atacada ferozmente por diversos comentários ao meu post, o Parlamento Uruguaio aprovou a lei que permite a adoção de crianças por gays naquele país. Isto faz do Uruguai o primeiro país da América Latina a dar este importante passo, e o iguala, a Dinamarca, Holanda, Alemanha, Suécia, Inglaterra, Gales, Espanha, Islândia, Bélgica, Noruega, África do Sul, Israel, e vários dos Estados dos Estados Unidos e da Austrália. O Brasil ainda está longe disso, mas leiam meu post de ontem.
Sabem como se conseguem avanços como estes? Aí está o Uruguai para ensinar: conscientizando-se a sociedade, e fazendo leis. É por isso que eu vou fazer uma homenagem a um dos maiores legisladores deste século, que morreu nos Estados Unidos há duas semanas. Trata-se do Senador Edward (Ted) Kennedy, daquela mitológica família americana, irmão de John e Bob Kennedy, e último dos 3 ainda vivo. Eu confesso que tinha uma certa implicância com os Kennedy, e por isso o desprezava, mas lendo agora tudo o que ele fez, só posso admirá-lo.
Seu pai fez fortuna contrabandeando whisky e lidando com a máfia. Seu irmão, John, foi o 35º Presidente dos Estados Unidos, e todos o adoravam, pois ele era jovem, tinha 43 anos quando eleito, a mesma idade de Obama, era bonitão, e sua esposa um charme. Como ele morreu assassinado de forma bárbara, tornou-se um mártir, mas a verdade é que ele era um cafajeste, foi tão inábil que quase causou uma guerra nuclear, e começou a guerra do Vietnã. Para piorar, autorizou ações para desestabilizar as democracias na América Latina, mormente a nossa. O outro irmão, Bob, também foi Senador e Advogado Geral, e era melhor, mas foi assassinado antes de concorrer à presidência, e, assim, também se tornou uma lenda. Restou Ted, o mais novo, que sempre bebeu feito um gambá, teve passagens nebulosas em sua vida pessoal, mas foi um grande Senador durante quase cinquenta anos.
Ted Kennedy passou a vida no senado americano, e, embora fosse católico, não teve receio de se expor e trabalhar em favor das causas gays. Ele foi um dos responsáveis pela aprovação da lei que assegurou tratamento médico às vítimas da AIDS, e da lei contra a discriminação de gays no trabalho. Embora sem sucesso no Senado, ele lutou publicamente pela criminalização da homofobia, e pela aprovação do casamento gay – e muitos avanços foram conseguidos em ambas as questões com o apoio dele. Seu provável sucessor é o Deputado Patrick kennedy, seu filho, que segue no Congresso Americano os passos do pai. O filho do Presidente John Kennedy, John Jr., conhecido por John John, não era político. Chegou a criar uma revista sobre política, chamada George, mas morreu jovem, tragicamente, em um acidente aéreo. John John talvez tenha sido o homen mais lindo do mundo. Quando, anos antes, ele jogou freesby sem camisa, no Central Park em Nova York, ele devastou corações, gays e héteros. Também virou um mito!
Assim como eu uso o exemplo do Uruguai, também os Estados Unidos são um poderosíssimo exemplo para nós, ninguém deve se perguntar por que. Não temos ninguém como ele no Congresso Nacional de José Sarney.
Deus! Eu agradeço por Nilmar e Júlio Baptista, mas, se não for abuso, agradeceria também se nos mandasse alguém como Ted Kennedy.
E vocês, acham que temos, no nosso Congresso, algum grande legislador? E será que nós conseguiremos, um dia, ter uma lei como a aprovada ontem pelo Uruguai? E também legalizar o casamento de homossexuais?
Deixe um comentário