Os imperdíveis

Histórias Naturais
Marcílio França Castro
Companhia das Letras,
200 páginas

Livro de contos, em geral curtos, que se filiam às histórias de Borges, Calvino e Cortázar, como lembra a crítica Leyla Perrone-Moisés. Com “manias extravagantes e reflexões originais”, os personagens são escriturários, fotógrafos e, entre tantos,
um dublê de mãos de escritores para cinema.

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TRECHO
“Comandava as letras como a extensão natural das minhas nervuras. Tendão, falange, dedo, botão. Cabo, mola, haste, tipo. Para imitar um escritor, para ser seu duplo, era preciso intuir seus reflexos, seus tremores. Isso é o que chamo de fazer justiça com as próprias mãos.”

O AUTOR 
Mineiro, Castro é mestre em Estudos Literários pela UFMG. Publicou dois outros livros de contos: A Casa dos Outros e Breve Cartografia de Lugares sem Nenhum Interesse, vencedor do Prêmio Clarice Lispector.

A Sinagoga dos Iconoclastas
J. Rodolfo Wilcock
Tradução de Davi Pessoa
Rocco, 224 páginas

Compêndio divertido de 36 figuras excêntricas (e fictícias), entre elas o filipino telepata José Valdés y Prom, que provoca uma crise de cantoria num congresso de parapsicólogos, e o inventor Socrates Scholfield, que patenteou um aparelho capaz de provar a existência de Deus.

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TRECHO 

“Llorenz Riber teve a sorte singular de nascer num dos prédios de apartamentos construídos por Gaudí, em Barcelona; seu pai dizia que parecia uma coelheira. (…) isso explica por que se tornou, em arte, um iconoclasta; de coelhos, um entendedor.”

O AUTOR
Excêntrico como seus personagens, o argentino Wilcock (1919-1978) escreveu poesia, teatro, contos e romances. Viveu na Itália, onde atuou no filme O Evangelho Segundo São Mateus, de Pasolini.

Margem Esquerda – Terrorismo
Vários. Edição de Ivana Jinkings
Boitempo, 159 páginas

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TRECHO

“É conhecida a defesa da democracia socialista e a crítica aos bolcheviques na brochura de Rosa Luxemburgo sobre a revolução russa, de 1918.
O que é menos conhecida
(…) é a sua crítica à democracia burguesa e seu caráter estreito e mesquinho.”

OS AUTORES 
Nomes de expressão assinam os textos, entre eles o sociólogo italiano Roberto Massari, o pensador marxista Michael Löwy, o historiador Osvaldo Coggiola e a defensora pública Ana Luisa Zago de Moraes.

Descobri que Estava Morto 
J.P. Cuenca
Tusquets Editores, 240 páginas

O escritor J.P. Cuenca recebe a notícia de que um cadáver foi identificado com seu nome. O que poderia ser apenas uma chatice burocrática vai ganhando contornos sombrios à medida que ele tenta investigar o caso, com a ajuda pouco confiável de um detetive e um jornalista.

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TRECHO 

“O ano de 2011 foi mais um daqueles cuja metade passei fora do país. Eu sofria do que alguns amigos chamavam de síndrome de antidorothy – qualquer lugar era melhor que o meu lar. Sentia falta não de casa, mas de tudo o que ia deixando para trás, como se algo meu se desfizesse pelo caminho.”

O AUTOR
Cuenca dirigiu um filme relacionado a esse livro, A Morte de J.P. Cuenca, lançado no começo do mês. Carioca, é colunista da Folha de S.Paulo. Também publicou Corpo Presente e O Dia Mastroianni, entre outros.


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