Os planetas da revolução

No dia 17 de dezembro de 2010, um vendedor de rua, tunisiano, de 26 anos, chamado Muhammad Bouazizi, ateou fogo no próprio corpo em protesto. Esse foi o estopim dos levantes na Tunísia que levaram o então presidente Ben Ali a renunciar depois de 23 anos no poder. Daí para frente, uma onda de manifestações e mobilizações populares se desencadearam em outros países islâmicos do Norte da África e do Oriente Médio. As ditaduras nessa região estão sucumbindo perante a ampla mobilização popular, que se deve a um fenômeno completamente novo, uma dinâmica de mobilização na qual não há partidos políticos nem sindicatos, mas sim mensagens pelo telefone celular, Twitter e Facebook.

Todos esses acontecimentos apontam para Urano, o deus das mudanças súbitas, que iniciou seu ciclo definitivo em Áries no mês de março. Quando um planeta do porte de Urano entra em um novo signo, a opinião pública, o comportamento, a moda e mesmo a política refletirão a sensibilidade e o poder desse signo.

Urano é o libertador e o inovador do zodíaco. Seu objetivo é a mudança das massas a qualquer custo, mesmo que o resultado seja a revolução e o caos. Urano representa a vanguarda revolucionária, a liberdade, as redes sociais, a internet, a lealdade a uma causa. A energia de Urano é radical, de ruptura, rebelde e inovadora.

A energia de Áries é individualista, jovem, independente, age por impulso e por emoção, mas faz as coisas acontecerem. Junte essas duas energias e grande parte dos conflitos que estão ocorrendo no Norte da África e no Oriente Médio pode ser explicada. No entanto, quando algo desse porte vem à tona, há mais de uma indicação em Astrologia que aponta para o mesmo evento.

Júpiter e Urano estavam em conjunção em 4 de janeiro de 2011, quando Muhammad Bouazizi faleceu em consequência de queimaduras. Alguns dias depois, no dia 14, o presidente da Tunísia, Ben Ali, foi forçado a renunciar e abandonar o país. A conjunção entre os dois planetas acontece a cada 14 anos e está associada a rupturas súbitas e inesperadas. A revolução em curso em vários países do Norte da África e Oriente Médio é definitivamente um exemplo de uma enorme mudança (Júpiter) que está ocorrendo de maneira totalmente nova (Urano). Essa conjunção torna-se mais forte, pois ocorreu muito próxima do zero grau de Áries, o que significa um impulso juvenil com grande poder de transformação.

A entrada de Urano em Áries forma uma desafiante oposição com Saturno (a realidade) e um quadrado com Plutão em Capricórnio (o status quo, o Estado). O quadrado é uma energia desafiante que requer ação e oposição, uma relação tensa entre dois planetas que precisa de equilíbrio. Um quadrado e uma oposição entre signos cardinais como o que está ocorrendo resulta em algo imprevisível, dinâmico e disposto a tudo, sem medir as consequências. Trata-se de uma luta entre a velha ordem (Plutão em Capricórnio) versus o novo (Urano em Áries). Quem ganhará essa batalha? Os amantes da liberdade, mesmo sem perspectiva, ou os tiranos, que tentam se manter no poder a qualquer custo? No espaço de alguns meses, o mito da passividade dos povos árabes e de sua pouca aptidão para a democracia voou pelos ares e agora buscam ser donos do próprio destino. Urano em Áries propõe uma nova ordem: agora é o cidadão comum quem reivindica, é o jovem que luta por seus direitos, por justiça social e igualdade.

» céu de brasileiro – coluna de Maggy Harrison


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