Pai de S. vê filho antes de voltar para EUA

Atualização às 12:37 (5/6):

Representante de Nova Jersey, estado onde mora David Goldman, pai biológico de S., o deputado republicano Chris Smith iniciou uma campanha para que o Congresso dos EUA aprove punições contra o Brasil, segundo a correspondente de O Globo em Nova York, Marília Martins.

Em represália à demora da Justiça brasileira em devolver o garoto ao pai americano, o parlamentar vai propor ao Congresso a suspensão do Brasil de um programa de isenção de taxas, que no ano passado rendeu ao país 2,75 milhões de dólares.

Atualização às 22:22 (4/6):

Contrariamente ao que informei no texto abaixo, David Goldman continua no Brasil e voltou a se encontrar nesta quinta-feira com o filho S. no condomínio em que o garoto mora com os avós maternos, no Rio de Janeiro.

Alertado para o erro de informação pela leitora Fernanda Felícia, faço a correção e peço desculpas pela falha aos demais leitores.

De resto, o fato de Goldman permanecer no Brasil até uma decisão definitiva da Justiça sobre o destino de S. em nada muda o drama humano descrito no meu texto.

A agonia continua. O pai de S., de 9 anos, o americano David Goldman, soube na segunda-feira que seu filho lhe seria devolvido por ordem da Justiça Federal. Embarcou no primeiro avião para o Brasil, chegou na terça-feira e, no mesmo dia, à noite, ficou sabendo que o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, suspendeu a determinação judicial, concedendo liminar a uma ação impetrada pelo Partido Popular (PP).

Como o Supremo Tribunal Federal só deverá julgar o caso em definitivo na próxima semana, Goldman já embarcou de volta para os Estados Unidos sem o filho.

Antes de viajar, ele teve autorização para se encontrar com S. durante duas horas na quarta-feira, no condomínio onde ele vive com a família da mãe, Bruna Bianchi, que morreu em agosto do ano passado. Desde então, Goldman disputa a guarda do menino na Justiça brasileira com o padrasto, João Paulo Lins e Silva.

“Nos abraçamos, rimos e montamos figuras juntos. Dei-lhe um helicóptero de brinquedo, carrinhos, doces. Ele me chamou de pai e lembrou dos passeios de barco, dos amigos dos EUA, dos avós paternos e dos primos”, disse Goldman, segundo relato do repórter André Zahar, da Folha.

Silvana Bianchi, a avó materna, gostou da decisão de Marco Aurélio Mello, que achou sensata. “É a vida da criança que está em jogo”.

Mas o pai não se conforma. Criticou a decisão de Mello, que foi, segundo ele, “de cortar o coração”. Em entrevista à rede americana NBC, na quarta-feira, o pai de S. garantiu:

“Não vou desistir. Ele virá para casa. Não acabou. Não posso desistir do meu filho”. Segundo o jornal O Globo, a entrevista foi transmitida ao vivo durante 6 minutos e 47 segundos no “Today Show”, o principal telejornal da NBC.

Em razão da longa disputa judicial, Goldman disse temer pelo bem estar de S. : “Ele vive num ambiente nada saudável. Tem que voltar para casa comigo”.

Já de volta aos Estados Unidos, à noite, David Goldman deu nova entrevista, desta vez a Larry King, no horário nobre da CNN, e chorou diante das câmaras por não ter conseguido levar o filho de volta.

Veja os outros capítulos desta novela nos textos anteriores publicados aqui no Balaio desde terça-feira.

A absoluta maioria dos leitores, que já enviaram até a manhã de hoje quase 300 comentários sobre o assunto, entende que S. deve ficar sob a guarda do pai biológico e não do padrasto.

Pela primeira vez desde que o Balaio entrou no ar, em setembro do ano passado, a maioria dos comentários é de mulheres, como Sonia Pontim, que escreveu às 23:22 de terça-feira:

“Deve ficar com o pai biológico, visto que ele foi raptado e não abandonado. Quanto ao fato de querer ficar no Brasil é óbvio que ele, com apenas 9 anos, está sofrendo pressão dos avós maternos”.

E você o que acha? Com a palavra, os leitores.


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