A comissão palestiniana encarregada de investigar a morte do ex-líder da Autoridade Palestiniana Yasser Arafat apontou, nesta sexta-feira (8), Israel como o “único suspeito” do homicídio. A acusação vem no seguimento de um relatório que revelou esta semana que o organismo de Arafat apresentava elevados níveis de polônio, uma substância altamente letal.
“Israel é o primeiro, o principal e o único suspeito no caso do assassinato de Yasser Arafat”, defendeu o presidente da comissão de inquérito, Tawfiq Tiraoui durante uma conferência de imprensa em Ramallah, na Cisjordânia.
A investigação afirma que as suas conclusões são sustentadas pelo relatório elaborado pelo Centro de Medicina Legal da Universidade de Lausanne, na Suíça. Cerca de 60 amostras dos restos mortais de Arafat foram repartidas por três equipes de investigação: uma russa, uma suíça e uma francesa. Os investigadores suíços encontraram no corpo de Arafat um nível 18 vezes superior ao que seria normal do elemento radioativo. O relatório refere ainda que há uma probabilidade de 83% de que Arafat tenha sido envenenado. Falta ainda a apresentação das investigações das equipas russa e francesa que poderão corroborar as conclusões.
Arafat morreu no da 11 de novembro de 2004, aos 75 anos, num hospital militar francês. Os primeiros indícios de mal-estar foram notados a 12 de outubro, quando, após o jantar, Arafat começou a ter náuseas, diarreia e vômitos. Um primeiro diagnóstico, ainda na Palestina, atribuiu-lhe gripe, mas, por não melhorar, foi visto por médicos egípcios, que também não conseguiram fornecer um diagnóstico. Mais tarde, em França, os médicos também não ofereceram qualquer explicação para a deterioração da condição clínica de Arafat, que acabaria por morrer de acidente vascular cerebral hemorrágico. Não foi feita uma autópsia.
No Verão de 2012, Suha Arafat apresentou uma queixa-crime contra desconhecidos pela morte do marido, no Tribunal de Nanterre, em Paris. Três juízes de instrução têm, desde então, levado a cabo as investigações.
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