Meus caros, certos dias eu retomo um ânimo de militante, principalmente depois de ter assistido, no Festival Mix Brasil, ao filme Para Lá de Gay, do diretor Bob Christie, que mostra o coordenador da parada gay de Vancouver (Canadá), Ken Coolen, dando um giro mundial, acompanhando várias paradas gays mundo afora.
Mostraram São Paulo, a maior do mundo, com aquela multidão que já me emocionou, vista de um trio elétrico. Eles se impressionaram, mas não deixaram de mostrar uma cena bem violenta, uma briga, cuja razão ninguém ficou sabendo, pode ter sido roubo, ou briga de bêbado, nada que qualquer carnaval não tenha, mas que traz indagações sobre esse modelo de parada. E os dois, Coolen e o câmera, acabaram foi na The Week, esfriando os pés na piscina, cercados de Barbies suadas por todos os lados, adorando.
Mas, a coisa em Moscou é tenebrosa. Deus me livre, era puro filme de espionagem, guerra fria. Para organizarem uma manifestação com menos de 200 pessoas, eles despistaram a polícia, correram o risco de serem presos, repressão pesada. Em Varsóvia, Polônia, tinha mais tropa de choque que gays, mas pelo menos a tropa de choque protegia os gays dos manifestantes cristãos furiosos, parecidos com nazistas. Amei ver que, tanto na Polônia quanto na Lituânia, a Embaixada da Grã-Bretanha hasteou a bandeira gay, manifestando o apoio do governo de Sua Majestade, a Rainha Elizabeth II, à causa gay.
Saí satisfeito em ver que o Brasil, certamente, é o país mais gay do mundo. Há poucos dias, foram 200 mil pessoas em Duque de Caxias, vencidas todas as safadezas do prefeito, e 35 mil pessoas em Juiz de Fora. Quantos países reúnem tantas bibas, em tantas paradas gays? Se formos somar todas as mais de 140 paradas gays que temos, veremos que o Brasil é o país que consegue reunir, nas ruas, o maior número de gays, lésbicas, e simpatizantes, em todo o mundo. No máximo, pode-se dizer que os Estados Unidos se igualam a nós. Essa comparação é realmente importante? Para nossa auto-estima, é. Somos bárbaros. Só falta nos articularmos, para converter essa força em leis que consolidem nossos direitos e impeçam retrocessos. Não podemos bobear – a enquete do Senado está lá, vamos convocar vovó e o papagaio para votar.
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