Para se informar, Internet passa TV

Com o crescente número de brasileiros ligados à grande rede – os levantamentos mais recentes dão conta de 60 milhões – e a perda de audiência, circulação, prestígio e credibilidade da velha mídia, já era de se esperar que isto acontecesse um dia.

Mas não esperava que fosse tão cedo e tão rápido: a internet já é a principal mídia para quem busca informações, deixando para trás a TV aberta, segundo pesquisa encomendada pela Folha à Research International, uma das maiores consultorias do mundo.

Respostas para a pergunta “Dos meios de comunicação que eu vou citar, qual você usa com mais frequência para se manter informado?”:

Internet: 37%

TV aberta: 34%

TV por assinatura: 12%

Rádios: 8%

Jornais: 8%

Revistas: 1%

“Em relação a outros meios de informação, a pesquisa detectou previsível ascensão da internet, considerada mais importante para obter informações do que a TV aberta”, informa o jornal.

Na pesquisa anterior, em 2003, Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha, lembra que a TV aberta ainda era o meio mais citado.

Estes números sobre os meios que o cidadão usa com maior frequeência para se informar foram publicados, sem maior destaque, em meio a uma página com o título “Folha tem a melhor imagem nas classes A e B de São Paulo”, mostrando que a sua cobertura jornalística é melhor avaliada do que a do principal concorrente, o Estadão.

A pesquisa da Reserch International mostra ainda que nas classes A e B:

76% leem habitualmente jornal impresso

12% assinam algum jornal impresso

37% leem habitualmente jornal pela internet

Na mesma edição dominical da Folha, o ombudsman Carlos Eduardo Lins da Silva destaca no título da sua coluna: “Jornais têm recorde de leitores”.

Lins e Silva cita o relatório anual de Tom Rosentiel apresentado esta semana na 29ª reunião da Organização dos Ombudsmans de Imprensa (ONO), mostrando que as versões eletrônicas dos jornais da velha mídia tiveram um aumento muito maior do que a média da internet (27% contra 7% em 2008).

O relatório mostra ainda que o Washington Post, por exemplo, vendia 786 mil cópias em 1999 e, agora, sua circulação paga está em 665 mil, mas seu site na internet já tem 9,4 milhões de visitantes únicos por mes.

O ombudsman da Folha aponta o grande dilema enfentado hoje pelas empresas da velha e da nova mídia – em sua maioria, pertencentes aos mesmos proprietários:

“O problema é que a receita publicitária das edições impressas cai dramaticamente (16% em 2008 em relação a 2007) e a das edições eletrônicas cresce milimetricamente”.

No balanço semanal que publico neste Balaio todos os domingos, com os três assuntos mais comentados da semana no blog, na Folha e na Veja, aparece em segundo lugar um texto que escrevi sobre a valentia dos anônimos na web e a necessidade de se criar uma regra do jogo civilizada para os internautas – até para preservarmos este espaço tão importante na democratização de informações e opiniões.

Os números da semana:

Balaio

Delúbio Soares: 202

A valentia dos anônimos: 134

Clube dos Vira-Latas: 63

Folha

Congresso: 66

Poupança: 42

Lei antifumo: 37

Veja

Congresso: 33

Chuteira de ouro: 17

Elie Wiesel: 16


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