Integrantes da CPI que investiga a relação do empresário Carlinhos Cachoeira com políticos, defenderam no sábado, dia 14, que o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), seja reconvocado para explicar o “compromisso” firmado entre ele e a Delta Construções, com a intermediação de Cachoeira, assim que assumiu o cargo no ano passado.
O acerto, cujo teor integra relatório da Polícia Federal revelado pela revista Época, inclui a liberação de créditos milionários da empreiteira com o governo goiano mediante suposto pagamento de propina a Perillo.
O “compromisso” envolveria até a compra da casa do governador por Cachoeira, paga, segundo a PF, com recursos da Delta. À medida que o governador recebia as parcelas pela venda do imóvel, segundo a polícia, os créditos da Delta eram pagos. De acordo com a revista, a direção nacional da empreiteira tinha conhecimento das negociações. Em depoimento à CPI no mês passado, Perillo sempre negou ter relações com a Delta ou Cachoeira. Ele tem dito que a venda da casa, onde o contraventor foi preso no fim de fevereiro, foi legal. A reportagem não conseguiu contato telefônico com o advogado de Perillo.
“São gravíssimos os fatos, o que torna inevitável a reconvocação do governador Marconi Perillo. Os elementos mostram que o governador mentiu para a CPI”, afirmou o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que apresentará nesta segunda-feira (16) o pedido para reconvocar o governador e ter acesso ao relatório da PF. “Está demonstrado o elo entre Cachoeira, Delta e Marconi”, disse o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ).
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