Meus caros, depois de dias maravilhosos em Londres, onde não apenas aproveitei a festa sobre a qual falei ontem, como fui a uma outra casa noturna chamada Beyond, onde a festa seguiu por várias horas dia adentro – minha pilha acabou antes, desabei na minha cama e dormi boa parte do dia. Lógico que bateu uma certa culpa, pois dormir uma tarde de domingo em Londres é pecado mortal, mas eu estava a trabalho, cobrindo a noite daquela cidade maravilhosa e já não sou mais um garoto. Aproveitei, sim, a segunda-feira e voei de volta ao Brasil essa noite. Desabei no avião, dormi feito pedra, cansaço acumulado de várias noites com pouco sono e fartas emoções. Mas parece existir uma penitência para aqueles que têm prazer e se divertem viajando, um castigo cuidadosamente planejado para enlouquecer qualquer um. Falo do desembarque no aeroporto de Guarulhos, em qualquer um de seus dois terminais. Ambos estão para lá de saturados, já deveriam ter sido duplicados há anos, mas pouquíssima coisa se fez e, a cada manhã, hordas de passageiros são desembarcados em um espaço onde não cabe nem a metade dos que lá já estão. Basta dizer que da aterrissagem até o táxi demorei quase duas horas.
Primeiro, você entra em uma fila para mostrar seu próprio passaporte brasileiro, o que deveria ser simplíssimo, pois basta mostrar a foto. Só que havia uma única funcionária, para uns quatro voos internacionais. Considerando-se que os aviões atuais carregam cerca de 300 passageiros cada um, no mínimo, estimo uma fila de umas mil e duzentas pessoas. Daí, você passa para o pior, a busca pela sua mala, sempre com aquele frio na barriga, o medo de que ela não tenha chegado ou que tenha sido arrombada lá dentro – última moda em roubos no aeroporto. Com a minha, nada aconteceu, apenas demorou mais uns 40 minutos para aparecer. Tudo bem, estava inteira. Curiosamente, fazer compras no Free Shop (sempre encomendas alheias) demorou meros 10 minutos, eles são super organizados.
Mas o chicote continuou, pois, na alfândega, olharam-me como se eu fosse um contrabandista perigoso, embora pessoas com carrinhos de retirante internacional tenham passado na minha frente, tive de submeter a eles minha única mala, média, daquelas com rodinhas, não estava sequer no carrinho, e uma pequena mochila nas minhas costas. Eu não carregava nada de ilícito, apenas um monte de roupa suja, mas, à beira de um ataque de nervos, abri tudo na frente deles e tive de arrumar tudo novamente depois. Cronometragem oficial: 1h52 para atravessar um percurso não superior a 500 metros. Quase duas horas, enquanto demorei 10h30 de Londres até São Paulo, com o Oceano Atlântico no meio. Não é um despropósito, um desequilíbrio? E teremos a Copa de 2014! Será que até lá conseguiremos fazer algo para melhorar nossa infraestrutura? E os PACs? Começo a ficar muito preocupado. Mesmo. O Cavalcanti está aqui, de dedos cruzados, esperando por um milagre. Qual será o padroeiro dos viajantes? Abraços a todos.
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