Um estudo publicado na revista Molecular Psychiatry sugere que aqueles que sofrem ou sofreram de depressão estão mais sujeitos a um processo mais rápido do envelhecimento. As conclusões partem de um estudo feito entre cientistas americanos e holandeses que examinaram em laboratório o DNA de cerca de 2.400 pessoas.
O estudo consistiu em analisar uma estrutura celular chamada telômero. Foi o comprimento destas estruturas que indicaram o envelhecimento celular dos voluntários. As pessoas que estavam com depressão ou já tinham sofrido com a doença tinham telômeros bem mais curtos do que aqueles que nunca tinham passado por isso.
Os telômeros têm uma função importante na proteção do DNA, uma vez que ele protege os cromossomos de possíveis danos e, à medidas que as células se dividem, eles ficam cada vez mais curtos. Do grupo de voluntários, mais de um terço sofria de depressão, um terço havia passado por um caso grave da doença e o restante não. Aqueles pacientes com casos graves da doença ou deprimidos crônicos apresentaram os telômeros mais curtos entre todos os voluntários.
Josine Verhoeven, do Centro Médico da Universidade VU, na Holanda, e outros cientistas acreditam que os telômeros mais curtos podem ser uma consequência da reação do corpo à angústia causada pela depressão. Segundo eles, o estudo fornece provas convincentes de que a depressão está associada a muitos anos de envelhecimento biológico, especialmente entre aqueles que sofrem com os sintomas mais graves e crônicos.
Os cientistas também destacaram que aqueles que sofrem de depressão têm um risco maior de desenvolver alguns tipos de câncer, diabetes, obesidade e doenças cardíacas, doenças essas que também estão relacionadas ao envelhecimento. Segundo os pesquisadores, essa associação pode derivar, em parte, de um estilo de vida não muito saudável, que incluiria também o consumo de bebidas alcoólicas e o sedentarismo.
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