Plínio, o beijo, e o casamento civil

Queridos, o beijo na propaganda do PSOL deu muito o que falar ontem, todos os blogs gays mencionaram, e houve uma divisão mais ou menos igual de prós e contras. O filme é fofo, os meninos são fofos, o que dá uma credibilidade ao filme, pois realmente parecem gente como a gente. Tenho de reconhecer, foi uma boa tacada do partido, que está de parabéns. Ontem, eu ainda estava meio azedo, pois já vi muita gente afagar os gays para sair bem na foto, mas estou reconsiderando e elogio sim. Fiquei particularmente bem impressionado depois que Ana Magni, uma comentarista fofa, entrou no post informando que o candidato a Presidente pelo PSOL, Plínio Sampaio, de histórico socialista católico, defende  o casamento gay – e não a simples união civil, como os demais. Plínio é um cara íntegro, de passado impoluto, teve de deixar o Brasil durante a ditadura, e, curiosamente, eu conheço quase todos os filhos dele: Plininho, Eduardo, Marinho e Fernando. Tem ainda um mais novo que eu não conheci. Posso não concordar com a visão socialista dele, mas elogio sua integridade, e sua posição feliz para com os homossexuais.

Já falei até demais sobre isso aqui, mas vou continuar repetindo: não queremos união civil, queremos casamento civil. Queremos e temos direito constitucional a ele, está lá no artigo 5º da Constituição Federal: “Todos são iguais perante a lei…”. Se somos iguais, queremos o mesmo casamento civil a que os héteros têm direito.Vários ministros do Supremo Tribunal Federal já se manifestaram assim, em um julgamento que ainda não acabou. Se o Código Civil ainda fala em casamento de homem e mulher, precisa ser alterado, pois a Constituição lhe é superior. Pode parecer bobagem, mera questão de nomenclatura, mas não é. Sem o regime matrimonial do casamento civil, nós não podemos exercer mais de 70 direitos dele decorrentes, e que estão espalhados em uma miríade de leis inferiores. Como já disse dias atrás, eu aderi ao movimento lançado pelos blogueiros gays, que defende a igualdade absoluta de direitos, vale dizer, o casamento civil. Queremos alertar a sociedade para o fato de que o aceno que nos fazem com projetos de união civil são até perigosos, são paliativos que tornariam o acesso ao casamento civil muito mais complicado. Sempre que algum político afaga muito os homossexuais, minha primeira reação é sempre de muita cautela, pois de palavras falsas e promessas não cumpridas estamos cheios – não é o caso de Plínio Sampaio, registro aqui meu elogio a ele, e agradeço pelo “beijo do PSOL”. Abraços do Cavalcanti.


Comentários

5 respostas para “Plínio, o beijo, e o casamento civil”

  1. É que bonito né.
    Beijinho gay no horário político de candidato que não tem medo de perder, pq esta há milhas de distância de ganhar. Gostaria muito de ver este beijo na campanha da Dilma ou do Serra.

  2. O beijo do PSOL é interessante e a biografia do Plinio, de fato, é extremamanente bacana. Ele é um dos poucos bons pensadores da esquerda no Brasil. Eu sou estudante de Ciências Sociais e não foi uma nem duas vezes que me vi tendo de ler algumas produções acadêmicas dele. No entanto, como boa parte dos acadêmicos brasileiros, o político – ferrenho defensor da socialismo, vive, na pele, seus paradoxos…. como explicar que alguém ferrenho defensor da reforma agrária viva em um apartamento de R$ 1 milhão? é uma dessas coisas que a gente fica se perguntando…. Abração do Gustavo

  3. Meu lindo, o Plínio é candidato a presidente não a governador. Estou pensando seriamente em votar nele.
    Sobre o que você diz em relação ao casamento civil concordo 100%. Quero os mesmos direitos e não uma união de segunda classe.
    Gosto muito do seu blog.
    Beijos

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