A iniciativa é nova e, segundo André Sturm, diretor executivo do Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo, o mês de maio inaugura uma temporada exclusiva de fotografia. O projeto, idealizado pelo próprio Sturm (ex-proprietário do Cine Belas Artes), traz a partir de agora quatro mostras imperdíveis. A começar por Andy Warhol – Superfície Polaroides.
Durante quase 20 anos, Warhol (1928-1987), figura maior do movimento de Pop Art, usou câmeras do tipo Polaroid para fazer retratos instantâneos de celebridades (Carly Simon, Jane Fonda, Liza Minelli, Marilyn Monroe, Mick Jagger, Sylvester Stallone, Pelé, ele próprio), de amigos do artista, de detalhes de interiores, cenas cotidianas e também objetos. Os retratos foram usados como base para a criação das famosas serigrafias multicoloridas. Mas, com os anos, passaram a ser vistos como obras de arte – e não mais apenas como matéria-prima para as serigrafias. Hoje, essas polaroides representam um período interessante da história, que inclui o uso artístico da tecnologia da época, da estética pop e da cultura da superficialidade. Com curadoria de Diógenes Moura, a mostra apresenta 300 imagens feitas por Warhol entre 1969 e 1986. Dessas, 200 são inéditos no Brasil.
Em outro espaço, o MIS abriga a mostra André Kertész – Uma Vida em Dobro, organizada pelo Jeu de Paume, museu francês voltado apenas à fotografia. Por meio de quase 200 imagens feitas entre os anos 1920 e 1980, a exposição é uma retrospectiva de Kertész. As imagens da mostra permitem percorrer o itinerário de vida do fotógrafo, que iniciou suas atividades de forma amadora em Budapeste, na Hungria, onde nasceu em 1984, percorreu as altas rodas artísticas e intelectuais de Paris dos anos 1920 e se afirmou na produção de vanguarda de Nova York dos anos 1930. Ele morreu na cidade americana em 1985.
A terceira exposição chama-se Claudio Edinger – De Bom Jesus a Milagres e explora, em 40 fotografias de grande formato, a região que vai de Bom Jesus da Lapa a Milagres, no sertão da Bahia. Há paisagens e personagens. Com curadoria de Leonel Kaz, as fotos apresentam camadas de foco e desfoque. “O MIS nasceu com a vocação para realizar exposições que contemplam mídias pouco consagradas. Neste momento, mais de 40 anos depois de sua fundação, o MIS cumpre sua função de espaço privilegiado, que permite o acesso a uma produção cultural variada e a reflexão que a acompanha. O novo e o antigo, o contemporâneo e o moderno lado a lado”, diz Sturm, sobre as mostras.
O mês da fotografia no museu ainda exibe a mostra Ozualdo Candeias – Rua do Triunfo. Com curadoria de Eugenio Puppo, traz videoinstalações com fotos do acervo pessoal do cineasta, além de reproduções de fotografias que revelam o cotidiano do cinema paulista na chamada Boca do Lixo. São imagens feitas entre os anos 1960 e 1980.
Como neste mês a fotografia ocupa todos os espaços do museu, ainda é possível ver a série Timeless, de Marcelo Tinoco, além da exibição do projeto Acervo Vivo – Câmeras Fotográficas de Dois Séculos.
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