Dezenove ativistas foram detidos neste sábado (12) por suspeita de envolvimento em atos violentos durante protestos nos últimos meses no Rio. A ação, deflagrada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, cumpriu mandados de prisão temporária, expedidos pela 27ª Vara Criminal da Capital.
Os detidos foram levados para a Cidade da Polícia, no bairro do Jacaré, subúrbio da cidade. Um professor de História, cujo nome não foi divulgado, foi detido em casa, na Urca, zona sul carioca. No imóvel, a polícia encontrou uma máscara de proteção contra gás lacrimogêneo. Em Porto Alegre, a polícia prendeu hoje cedo, na casa do namorado, a ativista Elisa Quadros Sanzi, a Sininho, que deve embarcar no final da tarde no Aeroporto Salgado Filho com destino ao Rio, escoltada por policiais civis fluminenses para cumprir o mandado de prisão temporária expedido pela Justiça.
Computadores, laptops e até material explosivo foram apreendidos durante a ação, segundo a Polícia Civil. A corporação vai detalhar, em entrevista coletiva na Cidade da Polícia, o motivo da realização da operação no fim de semana, um dia antes da final da Copa do Mundo.
Advogados de direitos humanos prestam assistência a ativistas
O Instituto de Defensores de Direitos Humanos (IDDH) está desde as 9h de hoje (12) na Cidade da Polícia, no Jacaré, zona norte do Rio de Janeiro, onde acompanha a prisão dos ativistas. O diretor administrativo do IDDH, advogado Felipe Coelho, disse à Agência Brasil que a entidade já começou a trabalhar nos casos, assim como outros advogados. Ele destacou, entretanto, que “ainda é cedo para se falar qualquer coisa, uma vez que os mandados acabaram de ser expedidos e nós temos que entender o porquê dos mandados, e se as prisões estão corretas”.
Coelho disse que se os ativistas permanecerem presos, “vai haver medida judicial, com certeza”. Entre as prováveis iniciativas, o advogado citou pedidos de ‘habeas corpus’ ou pedidos de liberdade provisória. “Mas a gente tem que analisar tudo ainda, ter uma visão melhor, porque são muitos mandados”.
O advogado do IDDH disse que a entidade foi alertada sobre a operação policial por telefone, por volta das 7h deste sábado por ativistas presos.
Atos no domingo
Neste domingo (13), há dois atos contra a Copa programados pelas redes sociais no Rio. A concentração do ato organizado pelo Comitê Popular da Copa será às 10h, na Praça Afonso Pena, na Tijuca, zona norte da capital fluminense. A final está marcada para as 16h, no Estádio do Maracanã, entre Alemanha e Argentina. O comitê tem ido às ruas desde antes do início da Copa. Entre as reivindicações do grupo, estão o fim dos despejos e remoções forçadas, a desmilitarização das polícias e democratização dos meios de comunicação.
Também no Rio de Janeiro, a Frente Independente Popular convoca, pelo Facebook, a Grande Manifestação Fifa Go Home! Não vai ter final!, com concentração às 13h, na Praça Saens Peña, também na Tijuca. O ato será contra os gastos públicos com a Copa, as remoções, a opressão de gênero e raça e segregação nos estádios. Na mesma hora e local, a Associação de Defesa da Favela Chapéu Mangueira se juntará ao protesto, com o slogan A Festa Nos Estádios Não Vale as Lágrimas Nas Favelas, contra a opressão histórica nas comunidades faveladas.
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