Meus caros, estou aqui procurando as linhas pontilhadas em meus pulsos, torturado por não ter participado do Festival de Política, organizado pelo Studio SP e pela Revista Trip, aqui mesmo em São Paulo, no último domingo. Como ser tão desatento? Me odeio. Contive o desespero ao saber que, diante de tamanho sucesso, estão falando em organizar outro. Quase mil pessoas se acotovelaram na badalada casa de Alexandre Youssef, para ouvir depoimentos de gente como o deputado federal Fernando Gabeira, a vereadora Mara Gabrilli, e a cineasta Laís Bodanzky, que também debateram temas entre si. Rolou música ao vivo, e trechos de filmes. Todos falaram sobre temas relacionados à política e, portanto, todos fizeram política, durante cinco horas, numa tarde de domingo.
Os cineastas Carlos Nader e Laís Bodanzky falaram sobre cinema, e concluíram que “A mudança trazida pelos filmes é ‘feita aos poucos’, e que ‘a soma (das transformações) pode levar a mudanças sociais”. Quase chorei quando li isso, principalmente depois da fuzilaria que enfrentei no dia seguinte ao Festival, quando eu disse que preferia filmes que tivessem alguma outra função, que não apenas o entretenimento. Os comentários ainda estão lá. Aquele post ficou maniqueísta, concordo, eu estava com raiva e cansado, mas mantenho tudo o que disse lá.
Os gays estiveram muito bem representados, lá estava André Fischer, jornalista do portal Mix Brasil. André é um ícone gay, bárbaro, sabe do que está falando, e, fundamental, vem falando há muito tempo. Embora seja muito jovem, diga-se. Não vou reproduzir o discurso dele, está transcrito no blog, cujo link vai aqui. Ele não tem mais medo de levar paulada do povo, bom jacaré que é (Lacoste), aprendeu a nadar de costas. A distinção entre visibilidade e conquista de direitos, que ele coloca, é absolutamente pertinente. Gay respeitado significa cidadão respeitado.
Enfim, nada mais perigoso que uma geração gás -nobre, que não reage nem a paulada. Aqueles mil jovens fizeram política, em pleno Domingão do Faustão, em pleno GP Brasil de Fórmula 1. Assim começam os movimentos que mudam uma sociedade, mudam sim, devagar, mas em benefício de todo mundo. Fernando Luna e Alê Youssef, além de gatões, são cidadãos conscientes, movimentaram a moçada. Nota 10 para os dois!
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