Mesmo depois do governo chinês adotar medidas de emergência para reduzir a poluição do país, a atmosfera da cidade de Pequim ainda continuava hoje (25) seriamente poluída. Quase 150 empresas industriais limitaram ou suspenderam a produção desde a última sexta-feira (21). Trinta e seis empresas pararam, 75 reduziram em 30% a emissão de descargas na atmosfera e 36 “limitaram voluntariamente a produção”, informou a Comissão Econômica Municipal, que enviou para as ruas 25 equipes de inspeção.
O índice de partículas finas PM2.5, as mais suscetíveis de se infiltrarem nos pulmões, estava em 318, muito acima do máximo de 25 microgramas por metro cúbico recomendado pela Organização Mundial da Saúde.
Com 20 milhões de habitantes e uma área equivalente a mais de metade da Bélgica, Pequim encontra-se, desde sexta-feira, sob alerta laranja, o terceiro mais grave de uma escala de quatro. No nível de alerta laranja, crianças e idosos são aconselhados a não sair de casa e as escolas interrompem as atividades ao ar livre.
A persistente situação também incomoda a população local. Um chinês morador de uma cidade do norte do país tornou-se a primeira pessoa da China a processar o governo pelas condições atuais, segundo informações do jornal estatal Yanzhao Metropolis Daily, nesta terça-feira.
O morador de Shijiazhuang, capital da província de Hebei, entrou com a ação em um tribunal distrital, pedindo à Agência Municipal de Proteção Ambiental de Shijiazhuang que cumpra o seu dever de controlar a poluição do ar de acordo com a lei. “A razão pela qual eu estou propondo compensação administrativa é permitir que cada cidadão veja que em meio a essa névoa nós somos as verdadeiras vítimas”, disse o morador ao jornal.
Ainda de acordo o jornal, não está claro se o tribunal vai acatar a ação. O morador alega que gastou dinheiro para comprar máscaras faciais, além de um purificador e uma esteira para fazer exercícios dentro de casa, em dezembro passado.
Além da crescente fonte de insatisfação popular, a poluição tem afetado o turismo. Em 2013, o número de estrangeiros que visitaram a capital chinesa diminuiu 10%, de acordo com estatísticas da Comissão Municipal de Turismo. O número de residentes que passaram a usar máscaras, como recomendam as autoridades, parece ter aumentado na mesma proporção.
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