Aberta na quinta-feira, dia 10, ao grande público, a 8ª edição da SP-Arte ocupa, pela primeira vez, três pavimentos do prédio projetado por Oscar Niemeyer, que acolhe, entre seus pilotis e formas sinuosas, 110 galerias e mais de 3 mil obras espalhadas em um labirinto de 15 mil m2 do Pavilhão Ciccillo Matarazzo.
Além de um maior número de galerias estrangeiras, ao todo 27, a edição 2012 da Feira Internacional de Arte Moderna e Contemporânea de São Paulo também apresenta um núcleo de publicações, que tem a ARTE!Brasileiros como parceira, e quatro projetos expositivos, assinados por jovens curadores.
Elaboramos um breve roteiro para orientar colecionadores, galeristas, arte-educadores, artistas ou meros apreciadores das artes visuais – fatia majoritária dos visitantes – a esmiuçar cada espaço da SP-Arte 2012. Feiras de arte são também uma grata oportunidade de conferir de perto obras emblemáticas, de centenas de artistas, raras ou nunca expostas no País. O conselho é flanar de olhos bem atentos.
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PAVIMENTO TÉRREO
No primeiro piso estão concentradas as mais representativas galerias de arte contemporânea do País. Algumas, com décadas de tradição, idealizadas e conduzidas por personagens centrais para a consolidação do, hoje, super-aquecido mercado brasileiro – como as galeristas Luisa Strina, Raquel Arnaud e Nara Roesler. O espaço também acolhe outras importantes galerias do País: paulistanas, como Fortes Vilaça, Casa Triângulo, Millan, Maria Baró, Luciana Brito, Marilia Razuk e Vermelho; cariocas, como a H.A.P. e a Gentil Carioca, e a mineira Celma Albuquerque, de Belo Horizonte.
Um dos destaques internacionais é a estreia da londrina White Cube, representante dos britânicos Antony Gormley, que terá sua primeira individual em São Paulo, e Damien Hirst, que, já nas primeiras horas da feira, teve vendidas as obras Polifenoloxidase (2004), por R$ 1,9 milhões, e Nenhum amor perdido (2008), por R$ 2,5 milhões. Especializada em fotografias de artistas brasileiros, como Miguel Rio Branco, a 1500 Gallery, baseada em Nova York, é também um dos atrativos do primeiro piso.
Espalhadas em dezenas de outros estandes, é possível ver obras de artistas, como Tunga, Nelson Felix, Sandra Cinto, Albano Afonso, Beatriz Milhazes, Ernesto Neto, Waltercio Caldas, Iole de Freitas, Hélio Oiticica, Nuno Ramos, Henrique Oliveira, Marcelo Moscheta, Artur Lescher, Cildo Meirelles, Thiago Rocha Pitta, Dora Longo Bahia, Carmela Gross, Lia Chaia, e muitos outros.
PRIMEIRO PAVIMENTO
Dedicado à produção de arte moderna, o primeiro pavimento da Bienal traz obras raras, que ultrapassarão, sem esforços, a casa dos seis dígitos e merecem ser vistas, mesmo que por mera contemplação, como enfatizou o artista Mario Gioia, em visita guiada na abertura da feira: “É possível encontrar aqui, várias obras que nunca passaram por museus ou instituições públicas e uma feira como essa não deixa de ser também um belo passeio cultural”.
Obras de ícones como Alexander Calder, Marc Chagall, podem ser compradas ou apreciadas no mesmo pavimento que também recebe trabalhos de grandes artistas brasileiros, como Candido Portinari, Iberê Camargo, Lygia Pape, Geraldo de Barros, Raymundo Colares e Adriana Varejão. Outro destaque é o estande da Galeria Estação, especialmente dedicada à arte popular. Parte significativa de seu acervo embarcará em breve para Paris, onde será apresentada uma coletiva na Fundação Cartier.
SEGUNDO PAVIMENTO
Tomado por jovens galerias, como Amarelo Negro, Central, Logo e Galeria de Babel, o segundo pavimento traz também expositores internacionais, que devem fechar negociações expressivas nos próximos dias, como a espanhola La Fábrica Galeria, de Madrid, que trouxe obras da celebrada performer Marina Abramovic. Na Galeria Fass, de São Paulo, fotos de Jean Manzon e German Lorca, entre outros, também seduzem olhares.
Duas boas surpresas da feira encontram-se no último piso: a instigante exposição Além da Biblioteca, com curadoria de Ana Luiza Fonseca, composta de obras que trazem livros como suportes, e um laboratório curatorial, que analisou 40 projetos e escolheu quatro propostas, dos vencedores Bernardo Mosqueira, Kamilla Nunes, Marta Mestre e Renan Araújo. O espaço ainda traz um núcleo de publicações, composto por revistas como a ARTE!Brasileiros, a Continuum, do Itaú Cultural e a Arte Nexus – a importante publicação colombiana que recém-chegou a seu 35° ano de existência. Também marcam presença, duas jovens editoras, notórias por dedicar espaço primoroso à publicações de artistas: a Cosac Naify e a Edições Tijuana, braço editorial da Galeria Vermelho.
No auditório instalado no mesmo andar, acontecerá uma série de encontros intitulada Diálogos, que traz, hoje (11.5), os curadores Agustín Perez Rubio (16h), Ute Meta Bauer (17h) e Ana Paula Cohen (18h). Amanhã, será a vez dos colecionadores João Carlos de Figueiredo Ferraz (16h), Catherine Petitgas (17h) e Luiz Augusto Teixeira de Freitas (18h) .
Com a expectativa de receber 20 mil visitantes, a SP-Arte encerra no domingo, 13.5, às 20h.
SERVIÇO
SP Arte
Quando: de 10 a 13 de maio de 2012. Quinta e sexta-feira das 14 às 22 horas, sábado e domingo, das 12 às 20 horas. Dia 9, a feira estará aberta apenas para convidados.
Onde: Pavilhão Ciccillo Matarazzo, número 2222, Parque do Ibirapuera, Portão 3
Quanto: Entrada inteira R$ 30,00. Meia entrada (para estudantes, mediante apresentação de carteira, e maiores de 60 anos) R$ 15,00
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