Com o objetivo de promover um intercâmbio cultural entre colonizado e colonizador, a Rádio e Televisão de Portugal (RTP) e a TV Cultura apresentaram na noite desta terça-feira (20) o programa Brasil e Portugal – Lá e Cá, que irá ao ar pela primeira vez no próximo domingo, dia 25, às 21h.
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A apresentação do programa ficou a cargo do jornalista e presidente da Fundação Padre Anchieta, Paulo Markun, em parceria com o jornalista português Carlos Fino. A série de 13 episódios vai se passar entre a casa de Markun, em Santo Antônio de Lisboa, comunidade fundada por açorianos em Florianópolis, e a de Fino, em Fronteira, no Alto Alentejo, em Portugal.
A noite de apresentação aconteceu no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, e deu apenas um pequeno aperitivo do que os telespectadores terão o prazer de apreciar durante os próximos treze domingos. Segundo Markun, o grande idealizador da ideia, o projeto começou a brotar a partir de uma mesa do programa do qual era apresentador, o Roda Viva, e que teve como convidado justamente Carlos Fino, hoje conselheiro de imprensa da embaixada de Portugal no Brasil.
Antes da apresentação do primeiro capítulo da série, os principais responsáveis pela empreitada deram seus depoimentos, contando a importância da iniciativa. Entre eles, Jorge Wemans, diretor da RTP, que não pôde estar presente, mas deixou mensagem gravada em vídeo. Wemans falou que, acima de tudo, a série retrata o presente e aponta para o futuro.
Carlos Fino falou em seguida exaltando muito o Brasil e evidenciando o seu orgulho, como português, em ver o País que um dia foi colônia de Portugal se tornar uma das maiores potências do mundo. Mas, para ele muitos se esquecem da influência lusa em nossas terras. “Portugal, no Brasil, está em todo o lado e não está em parte alguma”, analisou o jornalista. Bem-humorado, Fino relatou um episódio em que, parando para abastecer seu carro em um posto no Brasil, foi perguntado pela frentista de que país vinha para falar um português tão bom. Intrigado, ele disse que vinha da Europa e perguntou de qual país a moça achava que ele descendia. A resposta foi doída: França. O brasileiro realmente não conhece suas origens.
Perto de Portugal, o Brasil ainda é uma criança em termos de história, mas, além da parte óbvia, Fino confirmou que o programa irá mostrar para nós, brasileiros, um Portugal novo e visando o amanhã. Antes de passar a palavra para o brasileiro Paulo Markun, Fino lembrou o bom momento que o Brasil vive e disse que Portugal faz parte do passado do País, mas espera que possa também estar presente no futuro.
Paulo Markun também ressaltou a importância de traçar um paralelo entre os dois países irmãos, mostrar suas semelhanças, diferenças e resgatar o passado, que há muito tempo se uniram, e hoje permanecem esquecidos. “A série não é uma aula de filosofia, sociologia ou mesmo de história, é uma conversa entre dois amigos que buscam acabar com a barreira que separa os dois países”, complementou o apresentador do programa.
Quando o primeiro capitulo foi apresentado aos convidados, o que se viu foi exatamente isso: um papo descontraído entre dois jornalistas, informados e preocupados. Famosos, como Tom Zé e Fafá de Belém, deram suas opiniões sobre nossos descobridores. Porém, foram os anônimos entrevistados nas ruas de Brasil e Portugal que mostraram que um programa com essa proposta era mais do que necessário. Muitos deles nada ou pouco sabiam sobre o que acontece ou como são aqueles do outro lado do Atlântico.
Entre as conversas de Markun e Fino, ficou claro que temos muito a aprender um sobre o outro, mas, claro, sem deixar de lado o bom humor, marca registrada dos brasileiros e, aparentemente, dos portugueses também. No final, um pequeno problema técnico com o projetor, que de nada atrapalhou a noite, não passou em branco: “Tinha de ser culpa dos americanos!”. Uma brincadeira para fechar uma parceria antiga entre Brasil e Portugal.
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