O jornalista e escritor Zuenir Ventrura estava bastante emocionado na cerimônia de posse, na noite desta sexta-feira (6), na Academia Brasileira de Letras (ABL), na sede da instrução, no centro do Rio. O novo imortal, que no dia da eleição, no dia 30 de outubro do ano passado, disse à Agência Brasil, que a ficha ainda não tinha caído para expressar o sentimento daquele momento, revelou nesta sexta, que permanece a reação.
“Acho que só vai cair depois da posse e do discurso. Eu estou multo nervoso, muito tenso, porque não é brincadeira. O peso simbólico desse fardão é muito grande, muito maior do que o peso físico. Então, acho que vai cair mesmo amanhã de manhã”, disse antes de começar a cerimônia.
Zuenir revelou que passou os últimos meses lendo a obra do escritor e romancista Ariano Suassuna, a quem sucedeu na Cadeira 32 da ABL. ” Nessa releitura de Ariano, ele ficou maior até”, analisou. O novo acadêmico disse que pretende, a partir de agora, divulgar ainda mais a obra do seu antecessor na instituição. “Se eu puder tornar o Ariano ainda mais acessível aos jovens, já vou me sentir realizado por isso, porque vou sucedê-lo e não substituir, porque Ariano é insubstituível. Vou tentar de alguma maneira ajudar a difundir a obra dele”.
O acadêmico Domício Proença Filho, que na cerimônia entregou o diploma de imortal para Zuenir, também estava feliz com a posse dele. ” A presença dele traz uma pessoa que já era pensada para estar aqui. Falo com a suspeição natural de ser amigo há 60 anos, colega de faculdade e a vinda dele para este grupo de amigos da academia só enriquece a casa. Ele já vem tarde, já devia ter vindo há mais tempo. Temos ainda o privilégio de sermos alunos da mestríssima Cleonice Berardinelli”, analisou.
Durante a cerimônia de posse, foi a acadêmica que recebeu Zuenir pela instituição. “Eu fico feliz, não digo honra, digo alegria que é menos pomposa, porque parece que quem está se dirigindo a mim está embaixo e não está” , avaliou Cleinice, que foi professora de Zuenir Ventura, assim como Domício Proença Filho.
O presidente da ABL, Geraldo Holanda Cavalcanti, disse que a chegada de Zuenir na Academia é mais um enriquecimento para a instituição. “É um homem que traz para a ABL uma biografia respeitável de um intelectual engajado, que sempre esteve à frente da luta pelos valores democráticos”, avaliou.
Para o acadêmico Celso Lafer, Zuenir levará a sua preocupação com problemas sociais para as análises que os integrantes da instituição costumam fazer. “É natural que traga porque os acadêmicos trazem a sua agenda e o pluralismo das suas preocupações. É isso que enriquece a vida da academia”, destacou.
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