Praça Roosevelt é palco de ato contra Feliciano

Na noite de quinta-feira, 25 de abril, a praça Roosevelt, em São Paulo, foi o ponto de encontro para a primeira reunião da “Comissão Extraordinária de Direitos Humanos e Minorias”, que tem como objetivo fazer, de fato, uma frente organizada contra a presença de Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência Comissão de Direitos Humanos e Minorias.

A Brasileiros conversou com o cartunista Laerte, junto com o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), um dos organizadores da iniciativa.

Brasileiros – Como foi pensada e organizada a reunião?
Laerte – Faz umas duas semanas, em um evento social, que encontrei o João Paulo Charleaux, da ONG Conectas, e comentamos como os protestos contra o Feliciano acabavam meio que patinando, pela falta de organização, necessitávamos da um passo mais adiante. Ele próprio veio com a ideia do encontro, uma sessão espelho, exatamente no mesmo dia e hora da comissão presidida por Feliciano. Existe um grande saber acumulado, existe uma vontade de pessoas acostumadas com o ativismo, e que vimos que certamente se engajariam com a nossa causa.

Brasileiros – Foi um evento isolado ou existe a vontade de seguir com o movimento organizado?
Laerte – Queremos continuar sim! Não sei como vai ser, se uma sessão por semana… Isso não sei ainda como vai ser. Mas vimos que pessoas ligadas a frente parlamentar formada com base na defesa dos direitos humanos, gostaram da ideia e estão propondo levar a conversa para outros lugares, o que seria absolutamente sensacional!

Brasileiros – Como cidadão, o que significa para você ter o Marco Feliciano como presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias?
Laerte – Um desastre total! Pra mim é a comprovação que a política não é só regras… As regras fazem parte da transação política, mas elas precisam ser revistas. Se você, em algum momento, colocar uma pessoa como Hitler para chefiar o departamento de paz, por exemplo, há algo errado nas regras, e é preciso que elas sejam revistas. Não sei se revistas, mas no mínimo revigoradas. O fato dessa comissão ter ido parar no controle de um partido que programaticamente é contra os direitos humanos, significa talvez que a participação das pessoas precisa ser repensada. Eu acho que a ideia da nossa comissão vai nesse sentido também, chamar as pessoas pra cuidar dos seus assuntos. Temos o hábito, no Brasil, de colocar a política no campo das coisas meio nefastas, uma especie de mal necessário. Não sei as pessoas não estão entendendo muito bem como exercer a política ou se simplesmente elas entendem mas não querem participar com a devida energia. Na verdade eu acredito muito na política representativa, nessa instâncias todas que a gente tem. Agora, elas precisam ter sustança, conteúdo.

Clique aqui e releia entrevista de Laerte em nossa edição impressa


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.