Presidenciáveis participam de debate promovido pelo SBT/Folha/Jovem Pan

Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) já confirmaram presença para o segundo debate entre os presidenciáveis que será realizado pela Folha de S.Paulo em Parceria com a Jovem Pan e o SBT, às 17h45.

Será o primeiro confronto direto entre os candidatos após a pesquisa Datafolha que apontou Dilma e Marina estão tecnicamente empatadas no primeiro turno, e que mostrou um maior distanciamento de Aécio. Para ambos os institutos, Marina venceria em um eventual segundo turno com Dilma.

Além dos três principais oponentes na disputa presidencial, participarão os candidatos Pastor Everaldo (PSC), Eduardo Jorge (PV), Luciana Genro (PSOL) e Levy Fidelix (PRTB).

Em cumprimento à legislação eleitoral, foram convidados os candidatos cujos partidos têm representação na Câmara dos Deputados. Acompanhe por aqui as atualizações.

Primeiro bloco

A presidenta Dilma Rousseff começou o segundo debate presidenciável na televisão perguntando sobre o investimento do PIB para candidata Marina Silva. Marina citou fontes energéticas, como o pré-sal, mas foi repreendida por Dilma, que disse que a pessebista “falou, falou e não disse nada”, lembrando de investimentos recentes aprovados em seu governo. Eduardo Jorge, do PV, por sua vez, perguntou sobre penitenciárias para a petista apenas para, na réplica, poder chegar ao ponto que desejava: expor suas ideias sobre a legalização das drogas, um dos principais discursos de sua campanha.

Em seguida, Luciana Genro (PSOL) manteve a ofensiva que apresentou no primeiro debate, na Band, lembrando da desvinculação do reajuste de todas as aposentadorias com o reajuste do salário mínimo, feito no mandato de FHC. Aécio recuou e, em seguida, preferiu manter a unidade do discurso com Eduardo Jorge, do PV, que já havia acontecido no primeiro encontro, falando sobre inflação e apoio do governo aos bancos.

Marina Silva perguntou sobre saneamento básico para Pastor Everaldo, que estranhamente respondeu dizendo-se “defensor da família” e “contra os menores assassinos e a favor da redução da maioridade penal” (!). Marina pareceu ler um texto sobre saneamento e quando devolveu a palavra para Pastor Everaldo, que voltou a lembrar da família e que os investimentos em saneamento devem sair dos cofres municipais. 

O mesmo aconteceu em seguida: Pastor Everaldo – que foi orientado pelo jornalista que media o debate, Carlos Nascimento, a perguntar apenas para Levy Fidelix – perguntou ao candidato do PRTB sobre segurança pública, mas ouviu um pequeno discurso sobre a privatização da Petrobras. O presidenciável do PSC propôs criar o Ministério da Segurança Pública em sua réplica, que entrou em acordo com as ideias de Levy, propondo a redução da maioridade penal e a privatização de cadeias.

No último confronto de perguntas, Levy Fidelix questionou Luciana Genro sobre os juros pagos pelo governo federal aos bancos, um assunto que pareceu ser do agrado da candidata do PSOL: criticou a elite que lucra com este dinheiro e criticou novamente PT, PSDB e PSB pela “unidade dos candidatos do sistema” no assunto. 

Segundo bloco

Neste bloco, os jornalistas dos veículos de imprensa organizadores do debate puderam perguntar aos candidatos, assim como havia sido no primeiro debate, na Band. Fernando Rodrigues, do UOL, abriu os trabalhos questionando Marina Silva sobre sua relação com empresas que lhe contrataram para serviços privados – como palestras – e que fazem parte de uma cláusula de confidencialidade da chapa da candidata. Ela defendeu-se dizendo que é preciso separar a vida particular da vida pública, e que, se estas quiserem revelar a contratação dos seus serviços, podem fazê-lo.

Fernando Canzian, da Folha de S. Paulo, foi ao assunto que mais está sendo debatido nas eleições: economia. Lembrou da inflação e da recessão técnica, anunciada pelo IBGE na semana passada. Dilma disse que não há problema econômico, citando o crescimento da bolsa de valores brasileira e que os investimentos externos prosseguem galopantes. Marina foi, pela primeira vez, agressiva, dizendo que Dilma não sabe reconhecer seus erros e que, assim, o PT não saberá governar o País. Dilma defendeu-se dizendo argumentando que é preciso cuidado nos diagnósticos, para “não partir de erros e assim, caminhar errado”.

Kennedy Alencar, do SBT, insinuou que o PSDB é conivente com a corrupção, listando o cartel do metrô de São Paulo e esquema de compra de votos no governo FHC. Dilma, em seu comentário, não agrediu, preferindo lembrar das coisas que o PT fez para diminuir o sistema corruptivo, mas voltou a receber críticas de Aécio sobre a ineficiência das alternativas que criou para conter a corrupção. 

O repórter Patrick Santos, da Rádio Jovem Pan, fez, talvez, a pergunta mais interessante do ponto de vista jornalístico. Obrigou Eduardo Jorge a falar sobre a união – da qual ele chamou de coligação entre partido e candidata – do PV com Marina Silva, em 2010. Ela respondeu elogiando o Partido Verde, mas também lembrando que era contra o aborto mesmo quando estava aliada com a legenda, nas últimas eleições. Assim, Eduardo teve campo para criticar a ideia da criminalização do aborto e das drogas novamente.

Fernando Rodrigues teve a palavra novamente, mas usou-o para recordar de uma denúncia de agressão que a ex-mulher do Pastor Everaldo assinou. Ele se mostrou nervoso com o tema, mas afirmou que nunca bateu em ninguém e que é a favor da “família tradicional”.  Fernando Canzian, da Folha, chamou Luciana Genro de “populista”, por seu discurso contra os interesses do capital financeiro, e ela outra vez transferiu suas críticas para Marina, Dilma e Aécio. 

Levy Fidelix se irritou com Kennedy Alencar, do SBT, que falou em sua questão sobre as críticas que existem do PRTB de ser um partido pequeno e de aluguel. Chamou-o de fazer parte da mídia “vendida” e “perseguidora”, talvez esquecendo-se que se trata do canal que está organizando o debate e dando dados sobre as candidaturas. Eduardo Jorge arrancou risos da plateia ao dizer, em sua réplica, que não tinha “nada a ver” com a discussão, falando sobre reforma política. Levy tomou a palavra novamente defendendo-se da pergunta de Kennedy e chamando-o de “meu amigo” repetidamente, demonstrando nervosismo. O jornalista Carlos Nascimento encerrou o bloco informando que o debate da emissora é o assunto mais comentado do mundo no Twitter.

Terceiro bloco

Assim como no primeiro bloco, os candidatos se perguntaram. Dilma – também repetindo o início do debate – perguntou a Marina sobre a ausência de citações sobre o pré-sal em seu programa de governo, falando inclusive em “desprezo” dessa fonte energética por parte da pessebista. Marina respondeu dizendo que o petróleo não é a única fonte possível, mas outras, como a eólica e a solar. Depois, a discussão partiu para a maneira como a Petrobras, que extrai o fóssil no Brasil e nos campos do pré-sal, mas nem Dilma nem Marina conseguiram completar os argumentos por causa  do tempo de 45 segundos determinado pela emissora para as respostas.

Luciana Genro e Marina Silva se confrontaram rapidamente sobre as posições particulares de Marina, até em relação a união homossexual, que não foi abordada profundamente por parte dela. Marina, em seguida, escolheu perguntar para Dilma pela terceira vez no debate – o maior número de confrontos diretos até então – sobre os erros de seu governo. A presidenta aproveitou a sonora frase final de Marina, perguntando sobre “o que deu errado”, para falar sobre “o que deu certo”, lembrando de programas sociais e do que pode ser melhorado. Também disse que Marina não havia respondido como vai cumprir suas promessas e nem como pagá-las. 

Levy Fidelix falou com Aécio Neves sobre transporte público, demonstrando simpatia pelo candidato do PSDB. Dilma teve sua melhor apresentação até então, respondendo Aécio sobre segurança pública e também sobre transporte, com alguns dados sobre as parcerias do governo federal com o Estado de Minas Gerais, berço eleitoral do tucano, que melhoraram exatamente essas áreas. Foi a única vez que não gaguejou durante sua fala. Em sua réplica, Aécio lembrou dos acordos com a iniciativa privada, mas Dilma novamente foi bem, citando os valores gastos em Belo Horizonte para melhorar as condições de segurança e de tráfego da cidade. Foi o confronto mais impessoal entre os dois, com Dilma dizendo que Aécio “tem memória fraca” e o tucano dizendo que ela “os governos do PT fracassaram”.

Quarto bloco

Os candidatos tiveram um minuto para as considerações finais: Eduardo Jorge reclamou do pouco tempo de TV que tem para expor suas ideias e aproveitou para convidar seus eleitores ao seu programa na internet. Marina Silva falou sobre a nova política que pretende realizar e que quer agregar a inteligência de vários setores do Brasil. Levy Fidelix criticou novamente Kennedy Alencar e disse que, para ele, é uma vitória estar entre os presidenciáveis. Dilma Rousseff  admitiu que não está satisfeita com as ações do seu governo, ainda que ela pareça estar em seus discursos. Aécio Neves disse que o governismo do PT “fracassou” e que a campanha de Marina Silva é contraditória, fato que não a torna capaz de governar o Brasil. Luciana Genro falou sobre o capital financeiro e a relação dos principais candidatos com as empresas doadoras e, por fim, Pastor Everaldo repetiu o discurso que fez nas considerações finais do debate da Band, dizendo-se contra o aborto, a legalização das drogas e a união homossexual.


Comentários

3 respostas para “Presidenciáveis participam de debate promovido pelo SBT/Folha/Jovem Pan”

  1. Avatar de Pícollo Newmann
    Pícollo Newmann

    Bom texto! Acredito que as próximas pesquisas de intenções de voto pra Marina caiam!

  2. Avatar de Ricardo Menezes
    Ricardo Menezes

    Os candidatos são treinados para fugirem de determinados assuntos com exceção do Pastor Everaldo …

  3. Procurei no Google e não achei nada a respeito sobre ele ter agredido a sua ex-mulher, inclusive saiu nota dizendo que o juíz o inocentou de qualquer agressão, é apenas a mídia querendo aumentar apenas um boato qualquer

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