Segundo debate entre presidenciáveis é marcado pelo tom agressivo

141017010753_eleicoes2014_debate_sbt_aecio_dilma_640x360_sbt_nocreditOs candidatos à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) participaram nesta quinta-feira (16) do segundo debate relativo ao segundo turno da eleição presidencial.

Promovido pelo SBT, portal UOL e rádio Jovem Pan, o debate foi transmitido ao vivo na televisão, rádio e internet com mediação do jornalista Carlos Nascimento e com regras semelhantes ao do último debate entre os candidatos: três blocos de perguntas livres entre os candidatos, com direito a réplica e tréplica.

O debate começou com uma mesma pergunta para dois candidatos: “Por que o senhor quer ser presidente da República?”.
Aécio respondeu afirmando querer ser presidente para encerrar um ciclo de governo que fracassou, e criticou a gestão econômica e social do governo petista. Dilma aproveitou para reforçar a proposta de seu projeto de governo. “Eu sou defensora de um modelo diferente para o Brasil do que governou antes, até 2002. Um Brasil que emprega, ao contrário de um Brasil que desemprega”, afirmou a candidata.

Primeiro bloco

O primeiro bloco foi o mais tenso dos três. Aécio Neves iniciou questionando de quem é a responsabilidade pelos desvios de dinheiro público na Petrobras, uma tema recorrente nos debates. Dilma voltou a defender que o caso só foi exposto por mérito de seu governo e rebateu perguntando sobre os casos de corrupção envolvendo o PSDB. “Onde estão os corruptos, onde os corruptos da compra de votos para a reeleição? Todos soltos. Onde estão os corruptos do metrô de São Paulo, e dos trens? Todos soltos”. 

Acusações de nepotismo, outro tema que também foi levantando no debate da Band, vieram na sequência. “O senhor empregou um irmão, um tio, três primas e três primos”, relembrou Dilma. Já Aécio questionou a presença do irmão da candidata na prefeitura de Belo Horizonte. “Seu irmão foi nomeado pelo prefeito Fernando Pimentel no dia 20 de setembro de 2003 e nunca apareceu para trabalhar”. 

Em rede social, Fernando Pimentel (PT-MG) deu declaração sobre Igor Rousseff, irmão da presidenta Dilma, trabalhou na Prefeitura de Belo Horizonte entre 2003 e 2008, antes dela ser presidenta da República.


Segundo Bloco

Novamente o tema corrupção iniciou um bloco. Dilma levantou a acusação feita pelo ex-presidente da Petrobras, Paulo Roberto Costa, contra o ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra. Guerra teria recebido propina para esvaziar uma CPI da Petrobras. “A senhora pela primeira vez dá credibilidade às denúncias do senhor Paulo Roberto”, confrontou Aécio, que devolveu perguntando a candidata a razão do governo dela não ter investigado os casos de corrupção envolvendo tucanos. 

Tentando amenizar o clima, o candidato do PSDB procurou fugir das polêmicas em sua primeira pergunta durante o segundo bloco. “Em homenagem e respeito ao telespectadores”, disse. O duelo então migrou para uma troca de diferente impressões sobre questões relativas a segurança pública e mobilidade urbana. Aécio alfinetou: “E vou falar mais uma vez ao telespectador, ao ouvinte (…) muito certamente preso no trânsito das nossas grandes cidades”. E Dilma replicou: “Enquanto vocês foram governo jamais investiram em mobilidade urbana”.

Terceiro bloco

A candidata do PT abriu o terceiro bloco com uma questão sobre a violência no trânsito e cutucou indiretamente Aécio, que em 2011 foi parado em uma blitz da Lei Seca e não fez o teste do bafômetro. O candidato do PSDB reiterou que já pediu desculpas sobre o caso e cobrou novamente a candidata a voltar a tratar de outras temas. 

A resposta de Aécio gerou barulho da plateia presente e o jornalista Carlos Nascimento precisou intervir: “Nós não estamos num programa de auditório”.

Ainda no terceiro bloco, Dilma questionou o sumiço de relatórios do Tribunal de Contas de Minas Gerais citados por ela no debate anterior, mas o candidato do PSDB não respondeu diretamente a questão.

Quando a candidata do PT voltou a citar a questão do aeroporto de Cláudio, outro tema discutido no debate anterior, Aécio reclamou mais uma vez: “A senhora foge sempre da disputa e do debate. A senhora não tem o quê mostrar mais ao Brasil”.

Nas considerações finais, Dilma defendeu que seu governo olha para o povo, “quando governos de elite só viam as elites”. “Nós vivemos um momento muito especial, um momento em que a crise internacional afeta a economia brasileira. Mas nós saímos dessa crise e enfrentamos ela de peito aberto fazendo o quê? Garantindo emprego, garantindo a renda (…) Reeleita, eu quero fazer ainda mais”. 

Aécio encerrou afirmando que quer ser o presidente da integração nacional.”Presidente da generosidade para com os brasileiros que mais precisam. Da integração do Nordeste ao nosso projeto de desenvolvimento”.


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