Professores de universidades federais e governo não chegam a acordo

A greve dos professores de universidades federais continua após o sindicato da classe ter rejeitado por unanimidade a proposta de reajuste salarial feita pelo governo. Em reunião nessa segunda-feira, dia 23 de julho, com o Ministério do Planejamento, os professores deverão apresentar uma contraproposta.

Segundo Marinalva Oliveira, presidente da Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), o oferecido não só era insatisfatório como iria beneficiar uma pequena classe dos tutores, os titulares, que hoje representam em torno de 5% do total. Por conta disso, na semana passada o Andes fez duras críticas ao governo, afirmando que eles fazem um “jogo de números maquiados”, já que o benefício abrangeria uma esmagadora minoria

O texto apresentado pelo governo prevê mudanças no plano de carreira, que entrariam em vigor a partir de 2013, e um aumento salarial que, de acordo com o Planejamento, poderiam chegar a 45,1% para o topo da carreira (professor titular com dedicação exclusiva). A proposta ainda reduz de 17 para 13 os níveis de carreira, uma das reivindicações do movimento grevista.

“Vamos apresentar ao governo o que realmente compreendemos como reestruturação da carreira, quais são os princípios. E, a partir disso, vamos esperar que o governo possa fazer uma proposta mais rápido possível”, disse Marinalva.

Já para o Proifes (Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior), que representa outra parcela dos docentes, as reclamações são de duas ordens. “A primeira delas é a questão salarial. Nós não aceitamos que tenha abaixo da inflação até 2015. E, pela proposta original do governo, professores mestres, em geral, estão abaixo da inflação, assim como professores de 20 e 40 horas de dedicação”, afirmou Eduardo Rolim, presidente da federação.

A outra parte está relacionada à estrutura da carreira. “O governo criou barreiras de progressão que não existem hoje, principalmente no EBTT (que inclui todos os professores federais que não são de universidade), criando uma lógica de carreira única com o magistério superior, que há muito tempo dizemos que não podem ser únicas porque os perfis são muito diferentes. Com essa lógica, só os doutores podem ir até o topo. No Magistério Superior, 80% são de doutores. No caso do EBTT, são apenas 7%.”


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