Profissão professor

Desde 1963, o dia 15 de outubro é oficialmente celebrado no Brasil como o Dia do Professor. São 50 anos, portanto, homenageando estes profissionais que representam como ninguém a construção de um futuro melhor, mais humano e com amplas possibilidades para todos. Infelizmente, a categoria muitas vezes não recebe o devido reconhecimento, e as condições de trabalho estão longe de serem as ideias – principalmente na rede pública do País. Mas há muita gente lutando, batalhando, e mudanças parecem estar em curso. 

Nestes próximos dias que antecedem o feriado nacional, a Brasileiros homenageia os professores brasileiros, publicando pequenas matérias, bate-papos e perfis de profissionais da área. O primeiro a conversar com a revista foi o professor Antonio Gomes dos Reis, 27, que leciona Geografia para 8º e 9º anos da Escola da Vila, em São Paulo. Leia aqui: 


Brasileiros –
Quais são os maiores prazeres da vida de professor?
Antonio Gomes dos Reis – Na minha opinião, os maiores prazeres da minha profissão estão relacionados ao fato de que o professor desempenha um papel importante no processo de formação pessoal dos alunos (no sentindo educacional, transmitindo valores e não apenas conteúdo), bem como à convivência e à troca de experiências que eu tenho com os adolescentes (que são muito ricas para mim). Também valorizo os dois meses de férias por ano, apesar de eles serem, obrigatoriamente, nos períodos mais caros para viajar.

Brasileiros – Quais as maiores dificuldades?
A.G.R – Em tópicos:
1) Enfrentar a pressão que o trabalho envolve; essa pressão vem tanto da relação com os alunos, que envolve respeito e atenção durante a aula, quanto da relação com a instituição de trabalho (cobranças de prazo, tarefas extras e a própria pressão por resultados dos alunos e também do professor, no que diz respeito ao seu processo de formação profissional).
2) O trabalho realizado em casa: o professor leva uma carga muito grande de trabalho para casa (dependendo da escola, esse trabalho vai além do planejamento de aulas e das correções de provas). As horas de trabalho em casa são difíceis de quantificar e, na maioria das vezes, elas ultrapassam o tempo que é calculado para remunerar os professores pelo trabalho em casa (hora-atividade, que é a remuneração que recebemos para planejar aulas e corrigir provas em casa, correspondendo a 5% da carga horária do professor).
3) Baixa remuneração e pouca valorização da profissão.

Brasileiros – Por que você escolheu ser professor?
A.G.R – Escolhi ser professor porque gosto de trabalhar com educação e jovens. Dentro da minha área de formação, Geografia, trabalhar com educação foi o que mais me atraiu. Além disso, a profissão faz com que eu tenha horários mais flexíveis, o que possibilita que eu me dedique também a outras atividades, como a pós-graduação e a música.

Brasileiros – Você acha que o professor, no Brasil, tem o reconhecimento merecido?
A.G.R – Não. Isso é nítido quando se analisa quanto ganham os professores da rede pública e como é a estrutura de trabalho que eles dispõem. Mesmo em escolas privadas, na maioria dos casos, os professores ganham muito aquém do que deveriam, pensando na importância da sua profissão para a sociedade.


 


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