Fotos Manoel Marques e reprodução do artigo da Scientific American
Resultado de décadas de trabalho, o Projeto Andar de Novo (Walk Again Project), de Miguel A.L. Nicolelis e seus colegas do Centro de Neuroengenharia da Universidade Duke, na Carolina do Norte, Estados Unidos, promete o que outros neurocientistas do mundo todo – e milhões de pessoas acometidas por tetra ou paraplegia – sonham realizar: o movimento de membros paralisados por meio de ondas cerebrais. Na sua última edição, a publicação cientifica Scientific American reservou lugar de honra em suas páginas para apresentar e discutir os desafios do revolucionário trabalho do grande cientista e colunista da Revista Brasileiros e Inovação!Brasileiros.
De acordo com o Andar de Novo, apresentado na primeira edição da Inovação!Brasileiros, um paciente paraplégico é capaz de restaurar mobilidade corpórea a partir do uso de uma neuroprótese que controla uma vestimenta robótica ligada à ela. Segundo Nicolelis, o protótipo do traje que pode ser controlado por sinais cerebrais já está em construção e deve ser apresentado ao mundo durante as cerimônias de abertura da Copa do Mundo de Futebol em 2014, que acontecerá no Brasil. Na ocasião, um paciente com paralisia cerebral deve realizar o chute inaugural dos jogos, mostrando ao mundo não só este sucesso da neurociência, mas também a qualidade dos cientistas brasileiros representados por Nicolelis neste trabalho.
A neuroprótese
O grupo de cientistas dirigido pelo brasileiro na Duke University demonstraram que artefatos como braços e pernas robóticos podem ser controlados por ondas cerebrais “traduzindo” um pensamento de mover o membro em sinais elétricos. Por meio de um computador, esse sinais elétricos são transformados em comandos que iniciam o movimento na prótese. Esses artefatos, com as interfaces cérebro-máquina (ICMs), foram testados em experimentos com macacos rhesus e permitiram que os primatas fossem capazes de utilizar apenas a atividade elétrica produzida por grupos de centenas de neurônios para controlar os seus movimentos.
Ao aprender a operar uma ICM, esses animais foram capazes de realizar seus desejos motores voluntários sem a necessidade de recrutar qualquer músculo de seus membros biológicos. Esses resultados deram à equipe de Nicolelis as bases para o desenvolvimento do traje controlado por sinais cerebrais que está em fase de construção.
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