O vice-presidente Michel Temer enfrenta dificuldades para montar uma coalizão capaz de dar sustentação política a seu eventual governo, caso o Senado aprove o afastamento temporário da presidenta Dilma Rousseff. O PSB vem emitindo sinais de que não aceitará participar de uma administração comandada pelo peemedebista, preferindo apenas apoiar iniciativas pontuais.
Com uma bancada federal de 33 deputados e 7 senadores, o partido manterá uma distância prudente do PMDB, que tem muitos de seus integrantes investigados pela Operação Lava Jato. A mesma posição é defendida por muitos integrantes do PSDB, que preferem apoiar algumas medidas de Temer, mas sem se comprometer com o vice-presidente. As duas legendas não querem se associar a iniciativas impopulares, já que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ainda vai julgar as contas da chapa Dilma-Temer. Algumas alas do PSDB ainda contam com a possibilidade de convocação de novas eleições.
Como o PSDB e o PSB devem manter uma posição de independência, Temer será obrigado a buscar o apoio de legendas como PP, PR, PSD e PRB, conhecidos pela falta de coesão. A indisciplina partidária dessas legendas contribuiu para a instabilidade da administração petista, que sempre sofreu muitas derrotas no Congresso Nacional. Para tentar diminuir essa dependência no Legislativo, o peemedebista tentará cooptar o DEM. A cúpula do partido já declarou que dará apoio no Congresso ao novo governo e parece disposta a integrar o ministério. Entre os cotados para ocupar um cargo no governo estão o senador Ronaldo Caiado (GO) e o deputado Mendonça Filho (PE).
Temer, porém, enfrenta uma dificuldade adicional: como ele defendia a redução do número de ministérios, enfrentará problemas para atender às promessas feitas antes da votação do impeachment de Dilma na Câmara dos Deputados.
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