Quatro discos que você precisa conhecer

Coluna_Luiz_Chagas
Marcia Castro – Das Coisas que Surgem (Sony Music)

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Em seu terceiro disco, a baiana Marcia Castro deixou de lado a malemolência da praia e investiu no cerebral urbano. Chamou Gui Amabis para produzir, o poeta arrudA para compor junto e Samuel Fraga (bateria), Regis Damasceno (baixo) e Juninho Costa (guitarra) para esquentar o som. Tem ainda músicas de Arnaldo Antunes e Alice Ruiz, Torquato Neto, Monsueto e do produtor Amabis, além das participações de Jaques Morelenbaum, Dengue, Dustan Gallas e da cabo-verdiana Mayra Andrade, entre outras. Nova fase.

Eliete Negreiros – Outros Sons (Kuarup)

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Em 1982, no curto auge da chamada Vanguarda Paulista, o disco de estreia de Eliete Negreiros foi considerado o Sgt. Pepper’s, o Tropicália, o Dark Side do movimento. Lideradas por Arrigo Barnabé, figuras como o baixista Otávio Fialho, antes de ser sequestrado por Caetano, Mário Manga, Passoca e Rennó, entre tantos, trataram Cole Porter, Itamar Assumpção e a Banda de Pífanos de Caruaru de um modo original e destemido. Decorridas mais de três décadas, o trabalho ainda continua novo. 

Ricardo Valverde – Teclas no Choro (CPC Umes)

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Quando se pensa em vibrafone, mestres do jazz como Lionel Hampton, Milt Jackson e Gary Burton são os primeiros que vêm à cabeça ao lado de românticos brasileiros, como Sylvio Mazzucca. Ricardo Valverde preferiu investir no chorinho, solidamente acompanhado por Silvia Goes (piano), Pepa D’Lia (bateria), Ivani Sabino (baixo), contando com colaboradores do nível de Heraldo do Monte, Oswaldinho e Izaías do bandolim. O disco abre e fecha com Jacob, sem esquecer Nazareth, Pixinguinha e outros. Amém! 

Galego – Transeatlântico (Traquitana)

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A produção de Cris Scabello e Mauricio Fleury da banda Bixiga 70 já indica que Galego investe em balanço. Cercado por Felipe Maia (bateria), Daniel Teles (baixo) e Rafael Castro (guitarras e baixo), além de alguns poucos convidados – Zé Nigro, Curumim e Rodrigo Campos, entre outros –, o cantor, compositor e multi-instrumentista mostra que nasceu em Osasco, mas tem um sotaque da Tijuca. E tome Sol na outrora nomeada Terra da Garoa.

*Além de pai de Tulipa e do multitalentoso Gustavo Ruiz, Luiz almoçou com Chrissie Hynde, jantou com Bo Diddley, tomou Coca-Cola com Caetano e, a partir deste número, passa a integrar o time de colunistas da Brasileiros. A seção Discos está aniversariando. São três anos, centenas de críticas – algumas das quais já lhe renderam inimizades irreversíveis –  mas a ideia sempre foi informar. Nepotismos à parte.


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