Quatro discos: Rafael Castro, Marcos Bowie, Tono e Mestrinho

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PISTA – Rafael Castro – Um Chopp e um Sundae (independente) São dez álbuns e um EP em uma década. Neste seu segundo disco físico, depois de Lembra? (2012), o multi-instrumentista Rafael Castro deixou o rock no quintal e investiu em electro para pistas, muito teclado e bateria putz putz. Fez covers de Raimundos e Joelho de Porco, bandas coerentes com seu humor. A faixa Caetano Veloso confirma a acidez. Rafa vem de Lençóis Paulista, conhecida como a cidade dos livros. Toca criticando, como Frank Zappa.

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DELICADOMarcos Bowie – Bom como Beber Água (Tratore) Trompetista e cantor, Marcos Bowie se dá bem tanto na Central Scrutinizer (Zappa cover) quanto no projeto infantil Gangorra. Membro efetivo do lendário Karnak, chamou o líder do coletivo, André Abujamra, para produzir seu disco solo, ao lado de Marcio Nigro. Rodeado por cordas, solta sua voz precisa em temas como Pescador (Sérgio Cassiano – Mestre Ambrósio), Florida (Maurício Pereira) e A Flor (Fernando Figueiredo). Precioso.

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MODERNO –  Tono – Aquário (independente) O terceiro disco dos cariocas do Tono tem mais
de um ano. Mas parece da semana que vem. Bruno Di Lullo (Gal), Bem Gil (Gil), Eduardo Manso (Nina Becker), Rafael Rocha (Mautner) e Ana Cláudia Lomelino (Tono) fazem um som Rio/noise tranquilo. Produzido por Arto Lindsay, com a presença e o toque
de Gilberto Gil, Danilo Caymmi, Alberto Continentino e mais. Sonho com Som (Rafael) e Como Vês (Bruno-Domenico Lancellotti) são hits. E ainda tem Chora Coração (Tom-Vinicius).

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TRADIÇÃO – Mestrinho – Opinião (independente) – Sergipano, neto, filho e irmão de sanfoneiro, Mestrinho acompanhou meio mundo e ficou conhecido ao lado de Dominguinhos (até o fim), Elba Ramalho e, atualmente, Gilberto Gil. Na estreia solo, coproduzida com o paulistano Sandro Haick, mostra o que aprendeu nesses 20 e poucos anos, cantando e dominando o fole. Destaque para a presença da irmã e parceira Thais Nogueira e Gil. A épica Aperto de Mão é dedicada ao mestre Dominguinhos.

*Além de pai de Tulipa e do multitalentoso Gustavo Ruiz, Luiz almoçou com Chrissie Hynde, jantou com Bo Diddley, tomou Coca-Cola com Caetano e, a partir deste número, passa a integrar o time de colunistas da Brasileiros. A seção Discos está aniversariando. São três anos, centenas de críticas – algumas das quais já lhe renderam inimizades irreversíveis –  mas a ideia sempre foi informar. Nepotismos à parte.


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