Os românticos que me perdoem, mas faz um bom tempo que o futebol se profissionalizou.
Gostando ou não, acabou o amor à camisa. Aquelas histórias contadas por pais e avôs, beques para lá, pontas para cá, não existem mais.
Hoje atletas são funcionários, clubes são empresas e torcedores são consumidores desse produto cada vez mais “industrializado” e artificial.
Conforme-se ou desligue sua televisão no domingo.
Diego Costa é mais uma prova disso. O atacante, que hoje defende o Atlético de Madrid, foi o centro de uma polêmica que durou meses, quando adquiriu passaporte espanhol e começou a ser sondado pela federação do país europeu para integrar a seleção local.
O Brasil se mexeu. O até então anônimo jogador ficou conhecido, mesmo que grande parte dos brasileiros nunca tenham visto sequer um jogo dele. O fato é que “não podemos perder Diego Costa para a Espanha, seja lá quem for esse cara!”.
Diego Costa preferiu ser Dieguito a Dieguinho, escolheu a Espanha e, quer saber? Tomou a decisão correta!
Hoje com 25 anos, o jogador saiu do Brasil sem nunca ter defendido um clube profissional no País. O então menino chegou na Península Ibérica aos 17 anos, em 2006, para jogar no Sporting de Braga, clube português.
No ano seguinte já atravessou a fronteira, contratado pelo seu atual clube. Apesar de confiar no futuro do jogador, o Atlético preferiu emprestá-lo para times de menor expressão para que o atacante pegasse experiência no futebol espanhol. Ele passou por 4 equipes antes de voltar a Madri, no começo de 2013 e, finalmente, assumir a titularidade.
Diego Costa não é traidor, como muitos brasileiros estão sugerindo. Diego Costa foi “funcionário de uma empresa espanhola” durante toda sua carreira profissional, a grande maioria de seus “colegas de labuta” são espanhóis e os “consumidores do produto gerado por sua empresa” são do mesmo país.
A decisão de defender a Espanha não faz dele menos brasileiro, afinal, são apenas negócios, nada mais…
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