Ela arrasou. No último domingo (21), na São Paulo Fashion Week, a semana de moda de São Paulo, desfilou pela Neon com um modelo de maiô ousadíssimo e revelador, exibiu seu corpão e deixou a passarela sob aplausos calorosos da plateia, que ficou boquiaberta na marquise do MAM, no Ibirapuera. Depois do desfile, ela foi a estrela, a nova celebridade. Mas, quem é ela?
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Ela é Malana. Bem, para o mundo da moda, pelo menos. Fora das passarelas, ela é Vanessa de Freitas Jorge, de 21 anos. O apelido profissional ela ganhou quando começou a carreira de modelo, numa das primeiras agências para as quais trabalhou. “Eles queriam dar um nome diferente, pelo meu estilo. Negra, careca, muito magra. Eles acharam esse nome, Malana, e ficou. Li na internet que significa luz exuberante. Tem origem havaiana, acho”, diz ela ao site da Brasileiros, no dia seguinte ao furor do desfile, feliz da vida com o sucesso, que espera ser apenas o início de uma carreira internacional de modelo.

A carreira de Vanessa começou a decolar em 2008, com o terceiro lugar do Brazil’s Next Top Model, reality show com o objetivo de eleger uma top model para iniciar o caminho profissional dentro da moda. Mas, antes disso, ela teve de lutar muito para chegar lá.

Vanessa nasceu no Jardim da Saúde, zona sul de São Paulo, e cresceu com mais seis irmãos. Seis! Dois irmãos de pai e mãe (Andressa, 20, e Fagner, 23) e quatro somente da parte da mãe (Erick Rodrigo, 14, Wellington, 18, Márcio, 27, e Tatiana, 30). Mas, dentro da casa da mãe, Tânia Aparecida de Freitas, todos eram iguais. Ao lado de Tânia, a avó Maria Aparecida ajudava a criar os sete, numa bagunça que Vanessa recorda com carinho, apesar das brigas com os irmãos, segundo ela, porque era o “patinho feio” da família.

“Mas, depois que eu comecei a modelar, tudo mudou na minha vida, principalmente essa relação com a família”, afirma. A mãe faleceu em 2006 e, desde então, a avó faz o papel materno para ela e todos os outros. Apesar da separação bem cedo, ela tem lembranças de infância do pai, Sebastião Jorge, com quem Vanessa retomou o contato depois de um tempo afastada.

O que sempre esteve presente na vida dela foi o sonho de ser modelo, desde os 14 anos. Antes do sonho, ela completou o ensino médio e pretende retomar os estudos, até para ser um apoio à carreira de modelo. Aos 16 anos, o trabalho de recepcionista, primeiro numa empresa de motoboys, depois numa produtora de vídeo, interrompeu o grande sonho da vida. Nessa época, ela também perdeu a mãe. “Eu ficava o dia todo atrás de uma mesa de escritório, atendendo telefone, sozinha. Não era o que eu queria e resolvi sair para tentar a carreira de modelo, enfim”. A partir daí, tudo começou a acontecer.

Em 2008, Vanessa entrou no Brazil’s Next Top Model e começou a trilhar a difícil estrada no mundo da moda. Veio a São Paulo Fashion Week deste ano, oportunidade única para desfilar e aparecer. Mas, ela teve dificuldades para entrar na passarela, o que aconteceu somente no dia 21 de junho. Segundo Vanessa, mesmo com a instituição da cota mínima de 10% para modelos negras ou indígenas por grife, ainda há muito preconceito dentro do mundo da moda.

“Por um lado é bom, porque se não fosse pela cota, tenho certeza que haveria menos negros desfilando este ano. Por outro lado, é um jeito meio preconceituoso de você ficar enfiando modelo na passarela. Mas, infelizmente, a moda em geral, dá preferência às ‘branquinhas’ com carinha de boneca. É uma visão europeia, que é explícita. Quem falar que não é, me desculpe”, opina a modelo, que apesar de muitos castings durante a SPFW, desfilou somente uma vez, pela Neon.

Personalidade forte, beleza rara. Vanessa só podia fisgar quem cuida de estética e beleza o dia todo: o nosso webdesigner M. Coil. Ele é o namorado apaixonado de Vanessa e autor das fotos ao lado, duas do desfile de domingo e uma da participação dela no programa de Adriane Galisteu, na Band.

Mais de Vanessa e Malana, em breve, na edição impressa da Brasileiros.


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